6. Meditação
Gratuidade de Deus. Mas o que é a salvação? É apenas o amor em que infinitamente Deus me ama. Então, cuidar da salvação é um abandono a esta incrível gratuidade de Deus que supera todas as leis e mandamentos, que não se abala perante as minhas ingratidões. Ele arrisca depositar confiança em mim. E não são excentricidades piedosas que me levarão ao conhecimento de Deus, mas um coração que escuta e coloca n’Ele toda a sua alegria (Sementes do Reino).
7. Oração
Senhor, tu és a porta para os campos da vida. Porta estreita, graças a um elevado preço, mas aberta, como o coração sob o golpe da lança, como os pés abertos pelos cravos; como as mãos abertas no lenho. Tu és a porta estreita que me faz pobre, simples e criança. Tu és a porta bela que me introduz na festa. Tu és a porta aberta que eu atravessarei agarrando-me com força à tua mão. Tu és a porta espaçosa como a misericórdia. Rogo, faz-me como tu és, pequena porta mas sempre aberta, ó eterno Sol. Ámen. Ermes Ronchi.
8.1 Contemplação
Deus quer a salvação de todos.
Mas é importante uma resposta generosa.
Exige esforço, encanto, atitude de amigo para amigo.
É preciso estar a trabalhar e estar desperto para receber
a madrugada de Deus.
Urge subir pela porta estreita da Cruz, para ir ao banquete pascal da vida nova,
aí, onde o Pai nos espera.
A salvação não é questão de curiosidade, mas de compromisso.
Percebido isto, está tudo compreendido.
8.2 Poema
Louvor a Jerusalém
Levanta-te e resplandece, Jerusalém, Porque chegou a tua luz E brilha sobre ti a glória do Senhor. Is 60,1

Veste-te de festa, Jerusalém,
Põe tranças de oiro, flor de jasmim,
Pulseira com rubis, brincos de prata,
Tapete verde-escuro em teu jardim.

Tua montanha mostra a tarde da paixão,
Misericórdia e amor, para nós doação.
Tuas ruas roxas de mantos coloridas,
Clarins a tocar ao longe Aleluias.

Canta rouxinol para Jerusalém,
Sobe o seu monte e voa pelos céus.
Bebe da água pura nascente da fonte,
Contempla seu templo coberto de véus.

Como o sol de mil cores ao nascer,
Minha alma corra para ti sem senso
E morra lenta em cada entardecer
Até partir para sempre como incenso.

As cancelas foram primeiro o termo do mundo…
E atrás de cada coisa aparecia algo de infinito.
Thomas Traherne

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