E onde é que encontramos Cristo no meio disto tudo? Ou será
que Ele só aparece mais tarde quando as coisas se tornarem mais sérias e se optar
pelo matrimónio? Claro que não. Cristo é, pelo menos para os cristãos, uma peça
fulcral num namoro são e equilibrado. Concretizo agora na realidade que
conheço: quando namoramos com alguém do nosso grupo de jovens tudo acaba por
ser mais fácil, poupam-se palavras de explicação, passamos por experiências de
namoro únicas (orações, animar grupos, dar catequese), fortalecemos a nossa
relação com Ele bem perto e enfrentam-se os problemas com Ele na nossa mente.
Quando apenas um dos membros do casal está ligado a algumas destas actividades,
há várias coisas que podem acontecer: ou quem está se afasta, ou quem não
estava se aproxima, ou quem está procura manter uma espécie de vida dupla, onde
esconde um pouco da sua faceta cristã activa, com receio que não esteja a cumprir
a sua parte, uma espécie de problema comum a relações de simbiose e não de
namoro. Ele é acima de tudo um modelo, mesmo nestas situações (o que para o
senso comum que predomina nesta sociedade é um bocado estranho, mas como é esta
mesma sociedade que incentiva a 100% o sexo, é normal que Cristo não tenha um
lugar priveligiado no vocabulário na indústria do marketing), e é n´Ele que
encontro algumas respostas.
Enfim, e é assim que eu encaro a minha opção por namorar,
como um projecto a dois, onde cresço com o outro, onde entrei não a pensar no
fim, não a pensar no que posso usufruir com esta relação, mas a querer
partilhar o que sou e o que quero ser.
Sílvio
Monteiro