A
verdade é que, para a faixa etária na qual me enquadro, dos 18-23 anos, a
Páscoa é uma mera pausa nos afazeres estudantis ou profissionais. O conceito
que prevalece, na generalidade, é mesmo um só: mini-férias. É o tempo de ir à
aldeia do pai ou da mãe, sem saber muito bem porquê ou para quê, visto que lá
nem se apanha um bom sinal de rede no telemóvel. Ok, tudo bem, exagerei. Retiro
a hipérbole: embora se apercebam de todos os episódios que tornam a Páscoa a
altura do ano mais importante para o Cristianismo, poucos são os que revivem,
conscientemente, o julgamento, a paixão, a crucificação, a morte e a
Ressureição de Jesus Cristo. Sobre toda esta época reina uma perspectiva
histórica, um conceito de pretérito perfeito, uma acção que já está concluída e
bem delimitada no tempo – uma especie de conto de fadas. Aceito que a Páscoa
seja encarada como algo tradicional, que vem de um passado remoto, mas é, acima
de tudo um memorial. Não se trata de relembrar, mas sobretudo de reviver tudo o
que Cristo sofreu até se entregar por todos nós e que se encontra relatado nos
Evangelhos.