A PRÁTICA

Um itinerário de catequese familiar

Planifiquemos o trabalho de cada mistério de acordo com o ano litúrgico. Podemos, assim, trabalhar:

os Mistérios Gozosos » no Advento e Natal,

os Dolorosos » na Quaresma,

os Gloriosos » na Páscoa,

os Luminosos » no Tempo Comum. Aqui, destacaremos ainda alguns episódios, como o Batismo, a Instituição da Eucaristia e a Transfiguração, para as datas mais próximas da sua celebração no ano litúrgico.

Depois, podemos selecionar um mistério por semana para uma catequese familiar. O domingo, sendo o dia do Senhor, é talvez o dia em que mais tempo podemos dedicar ao estudo da Palavra. Escolhamos um recanto aconchegado da casa, tornado espaço de oração familiar. Sentemo-nos juntos, com o capítulo – o mistério – escolhido entre mãos. E comecemos.

1. Questionar para Acreditar

Comecemos como Jesus começava em sua casa, bom judeu que era: perguntando.

Os Evangelhos estão cheios de perguntas de Jesus. Muitas e muitas vezes, Jesus responde com uma pergunta a quem O interroga. Ninguém acredita sem, antes, questionar.
São tantas as perguntas que nos surgem na mente e no coração quando nos dispomos a pensar e a rezar! Cada capítulo começa com uma pergunta, e antes de o trabalharmos, podemos dar-nos – e aos filhos – algum espaço para tentativas de resposta.

2. Escutar para Responder

A Bíblia é, do princípio ao fim, a resposta de Deus aos nossos anseios mais profundos. Para respondermos às perguntas que nós próprios colocamos à vida, a Deus e aos outros, escutemos a Palavra!
As crianças pequeninas precisarão que sejam os pais a recontar as histórias, com palavras mais simples. “Gosto tanto quando tu contas, mãe!” Dizem-me os meus filhos mais novos. Mas convém repetir, sublinhar, marcar bem algumas frases da Bíblia, sem as modificar. As crianças gostam de rimas, memorizações e lenga-lengas, e algumas passagens bíblicas parecem escritas para elas!
O capítulo faz depois uma explicação das passagens e procura transpô-las para a nossa vida de hoje. Esta explicação está pensada para adultos, que a devem ler, meditar, rezar, antes de a recontar aos mais novos. Às vezes, sugerem-se exemplos da vida dos santos. Porque não desafiar os mais novos a pesquisar as suas histórias, para as apresentar à família noutra ocasião?
No final de cada capítulo, temos ainda algumas propostas de trabalho, todas elas muito bíblicas na sua natureza:

3. Contar para Lembrar

“Lembra-te, ó Israel”, repete o Antigo Testamento vezes sem conta. E o “mandamento da educação” diz-nos isto mesmo: é preciso repetir as histórias da nossa salvação. As perguntas pretendem simplesmente ajudar os ouvintes a repetir o que acabaram de ouvir, a fim de nunca o esquecer. Estão feitas de forma a que não nos percamos num emaranhado de ideias, e possamos manter o foco no essencial.

4. Criar para Guardar no Coração

Assim fazia Maria, não é mesmo? Guardar no coração. É preciso que a Palavra se torne pessoal, que possamos anotar um verso que nos tocou mais profundamente, que possamos fazer um desenho, escrevinhar um pensamento. No livro, há um espaço físico onde isso pode ser feito. Mas também podemos ter connosco um caderno de apontamentos, um diário espiritual, preparado apenas para os tempos de catequese familiar ou pessoal. 

5. Fazer para se Comprometer

Toda a Bíblia fala de compromisso, e o amor entre Deus e nós é um amor de aliança. Qual o meu compromisso, a partir da Palavra que hoje escutei? Pode pensar-se num compromisso familiar, se for importante. Ou cada elemento da família pode ter o espaço espiritual para o seu próprio compromisso.

6. Pôr em prática para Construir sobre a Rocha

O meu compromisso concretiza-se em gestos, atitudes e palavras novas, isto é, em conversão. Ser cristão é praticar a Palavra! Construiremos assim a nossa casa sobre a Rocha, alicerçaremos assim a nossa vida em Jesus.

7. Rezar para encontrar

Só a oração nos permitirá, por fim, encontrar verdadeiramente Jesus. As palavras sugeridas no livro são uma ajuda muito pobre. Para além delas, é preciso o silêncio, e para lá do silêncio, as orações que compõem um mistério do Rosário. Rezemo-lo com amor, passando as avé-marias ao ritmo de toda a Palavra que acabámos de escutar!

 A META

Catequese após catequese, domingo após domingo, a família irá descobrir uma forma nova – e tão antiga – de se aproximar de Jesus. E por Jesus e em Jesus, irá descobrir o tesouro das Escrituras e da Doutrina, pedacinho a pedacinho, como Maria fazia.
Saúdo as Igrejas que se reúnem em vossas casas!

Teresa Power, Famílias de Caná, autora dos livros Mistérios da Fé – maio 2020

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Mistérios da Fé

Vol. 1

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Vol. 2

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NOTA: Os livros “Mistérios da Fé” apresentam-se em três volumes, independentes entre si e sem ordem sequencial. Cada um apresenta propostas diferentes.

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