Traços Biográficos
Monsenhor Joaquim Alves Brás nasceu a 20 de Março de 1899, na aldeia de Casegas, concelho da Covilhã, junto da serra da Estrela. Cresceu num ambiente familiar onde se respirava o amor a Deus e ao próximo, e onde se vivia uma vida de sã convivência, fidelidade e partilha de trabalho, de responsabilidades e deveres, que muito influenciaram a sua educação marcada, desde o início, pela pedagogia do exemplo, do ensinamento e da mais salutar exigência, a toda a prova.
Tal educação, imprimiu-lhe, desde muito cedo, traços de um carácter firme e decidido, profundamente crente, dinâmico, empreendedor, sacrificado, corajoso e com um grande sentido de justiça, de verdade e de caridade, que influenciaram toda a sua vida e acção. Em 19 de Novembro de 1917, depois de superadas muitas dificuldades, que lhe advieram sobretudo de uma doença crónica, que o acometeu e reteve no leito dos 11 aos 14 anos, deu entrada no Seminário do Fundão, da Diocese da Guarda, a fim de realizar o grande sonho da sua vida – ser Padre, ao menos por um ano.
A 19 de Julho de 1925, um ano antes do tempo previsto, recebeu a ordenação sacerdotal, na capela do Paço Episcopal da Guarda tendo, com a maior alegria, celebrado a sua primeira Missa, logo no dia seguinte – 20 de Julho. A partir desse dia, pode-se dizer que se abriu um novo capítulo na sua vida, capítulo esse que foi escrito a letras de oiro e de fogo, que nunca mais se apagaram nem apagarão, porque escritas nos corações de todos os que, de alguma forma, já beneficiaram da sua acção de Bem-fazer.
Tendo sido logo nomeado Pároco da aldeia de Donas, concelho do Fundão, exerceu esse cargo, juntamente com o de confessor do Seminário do Fundão, com a maior diligência e sabedoria espiritual, durante cinco anos, até que a doença o voltou a visitar, fazendo-o mudar de rumo. Deste modo, em Setembro de 1930, é nomeado Director Espiritual do Seminário Maior da Guarda. Sacerdote zeloso e profundamente sensível aos problemas da sociedade do seu tempo, nomeadamente a problemática da família, depressa se apercebeu, nos contactos que fazia, das grandes carências e situações de miséria que atingiam os mais pobres dos pobres: os famintos de pão material, cultural e espiritual. Sempre atento à voz do Espírito Santo que o marcou com os seus dons e particular carisma, sentiu-se enviado a uma missão, muito concreta, mas de longo alcance.