Festival Jota entrevista Claudine

A organização do Festival Jota entrevistou a Claudine sobre a sua participação no evento da música católica deste verão.

Na primeira edição do festival JOTA e apesar do carácter mais intimista do concerto, Claudine Pinheiro foi considerada por muitos como um dos pontos altos do mesmo festival. Ligada ao Movimento Juvenil Salesiano, em 2002 propôs às Edições Salesianas a gravação, em português, das músicas da Irmã Glenda, uma referência no panorama da música religiosa, nascendo assim o livro/cd "Água Viva" e a própria cantora Claudine.

Desde o seu lançamento, já realizou quase uma centena de concertos por todo o país e vai este ano estrear novo cd que apresentará no Festival  e que é composto  maioritariamente por originais.

Jota: Como foi o percurso da Claudine até à edição do primeiro cd?
Claudine Pinheiro: Foi normal …como acho que continua a ser ainda hoje :0) . Frequentei a catequese desde os 7 aos 20 anos (primeiro por tradição, depois por obrigação e, a partir dos 13 anos, por convicção). Foi nas festas da catequese do centro juvenil salesiano que comecei a cantar e a participar no coro que animava as Eucaristias. Ao mesmo tempo, fui colaborando nalguns projectos das Edições (isto ainda no tempo da cassete!!!) e participando em festivais dentro do Movimento Juvenil Salesiano. Foi com este espírito que propus a gravação em português das músicas da Ir. Glenda, ou seja, o de promover e proporcionar a Palavra de Deus sob a forma de música. 

Jota: No livro/cd Água Viva cantas, como já disseste, as músicas da Irmã Glenda. Porquê as músicas dela? Identificas-te com ela? 
Claudine Pinheiro: Identifico-me muito com as músicas que ela tem o dom de compor. Creio que a simplicidade das suas melodias e a forma como ela relê, cantando, as passagens da Bíblia são uma preciosa ajuda para rezar. Por isso achei importante grava-las em português, para tornar estas composições acessíveis à Igreja portuguesa.

Jota: Sabemos que tens um novo cd para lançar. Qual vai ser a novidade?
Claudine Pinheiro: Começo por te dizer o que será igual ao "Água Viva": interioridade e recolhimento das melodias e letras claramente inspiradas na Palavra de Deus. Quanto às diferenças: talvez a maior de todas seja o de ser maioritariamente composto por originais (9 canções inéditas contra 5 versões portuguesas de originais espanhóis). O produtor deste projecto é outro, o que influencia sempre a sonoridade final. Vamos procurar ambientes musicais mais portugueses, centrados no piano, na guitarra acústica e numa percussão sóbria. Mas ainda estamos em fase de produção, por isso não posso adiantar muito mais. Se eu revelar tudo agora, que surpresas terei para apresentar no Festival Jota ;0) ? 

Jota:  Desde o lançamento do Água Viva tens tido muitos concertos, não é verdade? Como explicas o número?
Claudine Pinheiro: Eu não sei dizer se são muitos, porque nem eu, nem as Edições Salesianas temos algum tipo de referência. A média anda pelos dois concertos/mês, o que deverá somar um número total perto dos 70.  Explicar o número é complicado… Creio que ajuda o facto de eu ter disponibilidade para o fazer, e de ter comigo o guitarrista Miguel Vilela, que está na música católica com o mesmo espírito: "Faça-se!"

Também é importante sublinhar o facto de projecto ser viável em termos económicos e logísticos: não tenho cachet e os recursos técnicos necessários são poucos, ou melhor, são acessíveis à maioria das paróquias. Isto é muito importante, sobretudo porque não há ainda um circuito criado de concertos católicos, e será difícil criá-lo se os concertos implicarem um raider técnico de duas folhas e a necessidade de um público mínimo de 200 pessoas para viabilizar financeiramente a realização do evento.

Jota: Como caracterizas os teus concertos?

Claudine Pinheiro: Em conversa com um amigo, ele comentou comigo o conceito de "catequese musical". Se calhar os meus concertos são isso mesmo, porque procuro partir das nossas experiências humanas para propor o Anúncio da Palavra, através das canções que n’Ela se inspiram e que, ao mesmo tempo, são elas mesmas uma expressão de fé.

Procuro, sobretudo, que sejam momentos de interioridade, onde aquilo que se se canta seja ecoado no nosso interior.

Jota: O que dizes da tua participação no Festival JOTA 2007?
Claudine Pinheiro: Foi MUITO gratificante. Para mim foi uma alegria ter participado num evento com a qualidade do JOTA, que reuniu artistas cuja música gosto muito. Aprendi imenso. Além disso, contactar com jovens de todo o país é sempre para mim uma alegria! (ou não fosse eu Cooperadora Salesiana!)

Por outro lado, foi também um desafio, porque o estilo de música  que canto saía um pouco do cartaz muito pop-rock. Por isso fiquei muito feliz por ter sido tão bem acolhida e ter tido um feed-back tão positivo. Foi, em certa medida, a confirmação de que a música de oração (no sentido clássico do termo) é necessária à pastoral juvenil. E tudo isto contribui para que eu ganhasse mais certezas na gravação de um segundo trabalho.

Jota: E este ano? Vais apresentar no festival o teu novo cd no Festival?
Claudine Pinheiro: Fiquei muito contente por ter sido de novo convidada pela organização. Se tudo correr bem, poderei já partilhar as novas músicas. O concerto, tal como no ano passado, será a proposta para encerrar a noite de sábado, num ambiente de maior recolhimento.

Jota: Achas possível falar hoje de música de inspiração católica em Portugal?
Claudine Pinheiro: Claro que sim, senão o Festival Jota não teria razão de ser. Se bem que eu prefiro o conceito de "música de transpiração católica", ou seja, aquela que "transpira" a Palavra de Deus, porque resulta de uma relação autêntica entre o artista e Deus.

Jota: O que devia ser diferente neste género musical aqui em Portugal?
Claudine Pinheiro: O Festival Jota anuncia-se como um evento com a "música que faz a diferença"…. Se a música católica marcar a diferença, creio que nada precisa de mudar.

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