Para aqueles jogos em que o número de participantes é grande, em que é grande o entusiasmo, o espaço e a duração.
Bons conselhos aos organizadores
a) Ao projectar um grande jogo, imagina-te no lugar dos jogadores.
Ao escolheres ou inventares um grande jogo não deves pensar apenas nos teus próprios gostos ou capacidades. Deves pensar sobretudo nas crianças e jovens que pretendes educar com o jogo. São capazes de fazer o que o jogo pede? Vão fazê-lo com gosto?
b) Participa com entusiasmo.
O animador deve ser o mais entusiasta dos participantes. Ao preparar com cuidado os materiais e os locais para o jogo e ao fazer com empenho o seu papel no jogo. Isso permite que os menos entusiasmados se deixem contagiar pelo teu exemplo. E permite também mostrar a todos qual é a atitude com que se deve partir para um momento de jogo.
c) Procura estimular o entusiasmo dos jogadores.
Para um animador, não basta participar com entusiasmo. O seu objectivo é que também os jovens se entusiasmem com o jogo.
d) Tentar envolver todos os jogadores.
Durante o tempo de jogo, não deve haver ninguém passivo. Na escolha e na condução do jogo, não se deve permitir que haja uma pequena elite que se diverte enquanto outros estão, passivamente, a ver jogar.
e) A novidade é a alma do negócio.
Por muito interessante que seja um jogo, ele acaba por fartar se for jogado dezenas de vezes seguidas. O papel do animador é propor, sempre que possível, jogos novos. Como a imaginação é limitada, o segredo está em saber propor jogos conhecidos de uma forma nova ou com alguma alteração que os torne atraentes.
f) As regras devem ser claras para todos.
Um jogo não é um elenco de regras. É, antes de mais, um momento de divertimento e de educação. As regras servem só para que o jogo possa ser jogado de forma que todos se divirtam. Quanto menos regras houver, mais facilmente serão respeitadas. Mas é fundamental educar para o respeito das regras. Quem não as cumpre, deve ser sancionado, mas não excluído totalmente da dinâmica do jogo. O papel do animador é certificar-se que todos entenderam bem as regras. Deve explicá-las claramente. Quando as regras são explicadas separadamente a grupos diferentes de jogadores, acontece, frequentemente, que os entendimentos são diferentes. E as confusões nunca mais acabam. Os próprios animadores devem ser os primeiros a pôr-se de acordo quanto às regras.
g) Garantir as mesmas oportunidades de sucesso para todos os jogadores.
Não há nada que irrite mais os jogadores que uma regra injusta. O animador deve fazer o possível para que ninguém considere as regras como injustas.
h) Aprender a gerir os imprevistos.
Nunca é de mais insistir na adequada preparação das coisas sérias e importantes como são os jogos. Mas os imprevistos acontecem: há material que não é adequado, a meteorologia não ajuda, a reacção dos jogadores não é a esperada. É inútil irritares-te e tentar obrigar as pessoas a conformarem-se à planificação feita. Há que mostrar bom senso e capacidade de improviso.
i) Não humilhar os derrotados.
Joga-se para ganhar. Mas perder não deve ser vergonha. Devem-se evitar prémios para quem vence, ou castigos para quem perde. A motivação para o jogo deve ser o jogo mesmo e aquilo que lá acontece: energia, diversão, festa, convívio, auto-superação.
j) Um jogo bom dura pouco.
Nunca se deve permitir que um jogo, mesmo quando está a correr muito bem, dure tempo demais. É melhor que os participantes fiquem com “vontade de mais” do que fiquem fartos.
l) No final de cada jogo deve ser feita uma avaliação.
Nunca é de mais insistir sobre a importância da avaliação. Avaliação com os jogadores. Avaliação com os animadores envolvidos. Avaliação pessoal.
Projectar e animar um grande jogo
Estudar o lugar onde decorrerá o grande jogo.
Qual o tipo de terreno?
Quais as suas dimensões?
Quais as condições atmosféricas?
Estudar o tempo do jogo.
A que hora do dia decorrerá o jogo?
Quanto durará?
Estudar os materiais.
Quais os materiais a usar durante o jogo?
Os participantes serão capazes de lidar bem com eles?
Os custos são compatíveis com os objectivos do jogo?
Estudar os participantes.
Quais as suas capacidades efectivas?
Qual o grau de entusiasmo necessário para que o jogo corra bem?
Que tipo de expectativas têm os participantes a respeito do jogo?
Alguns bons hábitos
Cuidar muito a originalidade e o fascínio dos detalhes (elementos de cenografia ou materiais à disposição dos jogadores).
Prever, se o enredo do jogo o permitir, alguma surpresa para os jogadores ou algum golpe de cena.
Propor actividades e soluções inteligentes e simpáticas que impressionem favoravelmente os participantes. Nunca optar pelo banal e corriqueiro.
Assegurar que as regras estejam em função do jogo e não o inverso. Devem ser poucas, simples, claras, justas e respeitadas.
Ser exemplo de entusiasmo para os jogadores incitando-os, envolvendo-os e aplaudindo-os.
Saber improvisar para aproveitar da melhor maneira os imprevistos.
Estar atento aos sinais de cansaço excessivo dos jogadores e responder adequadamente, avivando ou concluindo o jogo.
Mais informações e propostas sobre o tema dos grandes jogos pode ser encontrada neste livro.