Lectio divina: 17º Domingo Comum (ano C)

Que conforto sobrenatural e que realidade tão humana, quando dizemos Deus através da nossa dimensão orante de vida.

Que atitude poderá encher completamente a nossa personalidade ao falar com Aquele que já nos falou, que já nos disse tudo, que já nos desafiou para a escuta do que tem para nos dizer, que nos pede uma confiança total nEle. O tema da oração está no centro da Palavra de Deus deste Domingo.
A simplicidade de Abraão, a sua fé e o diálogo que tem com Deus é de uma beleza ímpar (1.ª Leitura). A forma como fala com Deus realça o amor e a misericórdia. A carta aos Colossenses fala-nos da loucura de Cristo ao pagar na cruz pelos nossos pecados. O Batismo enxerta-nos em Cristo (2.ª Leit.). Somos uma nova criação. No evangelho Jesus define a sua escola de oração como um espaço de diálogo íntimo.  Rezar é olhar para o Pai. É musicar as obras de Deus criador e desenhar o mundo inquietante dos humanos. Bom Domingo.
1. Introdução
Este domingo apresenta um tema da nossa cartilha maternal: a oração do cristão. A simplicidade de Abraão, a sua fé e o diálogo que tem com Deus é de uma beleza ímpar (1.ª Leitura). A forma como fala com Deus realça o amor e a misericórdia. A carta aos Colossenses fala-nos da loucura de Cristo ao pagar na cruz pelos nossos pecados. O Batismo enxerta-nos em Cristo (2.ª Leit.). No evangelho Jesus define a sua escola de oração como um espaço de diálogo íntimo.
2. Génesis 18, 20-32
2.1 Texto
Naqueles dias, disse o Senhor: «O clamor contra Sodoma e Gomorra é tão forte, o seu pecado é tão grave que Eu vou descer para verificar se o clamor que chegou até Mim corresponde inteiramente às suas obras. Se sim ou não, hei de sabê-lo». (…) Abraão aproximou-se e disse: «Irás destruir o justo com o pecador? Talvez haja cinquenta justos na cidade. Matá-los-ás a todos? Não perdoarás a essa cidade, por causa dos cinquenta justos que nela residem? Longe de Ti fazer tal coisa: dar a morte ao justo e ao pecador, de modo que o justo e o pecador tenham a mesma sorte! Longe de Ti! O juiz de toda a terra não fará justiça?». O Senhor respondeu-lhe: «Se encontrar em Sodoma cinquenta justos, perdoarei a toda a cidade por causa deles». Abraão insistiu: «Atrevo-me a falar ao meu Senhor. (…) Por causa de cinco, destruirás toda a cidade?». O Senhor respondeu: «Não a destruirei se lá encontrar quarenta e cinco justos». Abraão insistiu: «Talvez não se encontrem nela mais de quarenta…trinta…vinte». (…) Abraão prosseguiu: «Se o meu Senhor não levar a mal, falarei ainda esta vez: talvez lá não se encontrem senão dez». O Senhor respondeu: «Em atenção a esses dez, não destruirei a cidade».
2.2 Atitude de súplica de Abraão
O coração de Deus e Pai não pode ter senão misericórdia. É dramática a cena negociada à maneira dos comerciantes orientais. Por um lado, custa a entender como as perversões contaminam toda uma cidade. Por outro lado, o papel dos amigos de Deus, das pessoas santas, atrai as bênçãos do Senhor e são fonte de graças na comunidade.
3. Salmo 137 (138), 1-3.6-8 (R. 3a)
3.1 Presença misericordiosa
Santo Atanásio chama a este canto “chamamento universal”. Deus está atento à adoração, ao louvor, à prece. “Quando Vos invoco, sempre me atendeis, Senhor”. Responde sempre à oração humilde que a Ele se dirige: “Quando Vos invoquei, me respondestes, aumentastes a fortaleza da minha alma”.
4. Colossenses 2, 12-14
4.1 Texto
Irmãos: Sepultados com Cristo no batismo, também com Ele fostes ressuscitados pela fé que tivestes no poder de Deus que O ressuscitou dos mortos. Quando estáveis mortos nos vossos pecados e na incircuncisão da vossa carne, Deus fez que voltásseis à vida com Cristo e perdoou-nos todas as nossas faltas. Anulou o documento da nossa dívida, com as suas disposições contra nós; suprimiu-o, cravando-o na cruz.
4.2 Somos nova criação
No nosso Batismo Cristo apaga os nossos pecados no mistério da cruz e da ressurreição. Unidos a Cristo brota em nós uma nova identidade. Desaparece o que era velho. Tudo se renova.
5. Lucas 11, 1-13
5.1 Texto
Naquele tempo, estava Jesus em oração em certo lugar. Ao terminar, disse-Lhe um dos discípulos: «Senhor, ensina-nos a orar, como João Baptista ensinou também os seus discípulos». Disse-lhes Jesus: (1) «Quando orardes, dizei: ‘Pai, santificado seja o vosso nome; venha o vosso reino (…) Disse-lhes ainda: (2) «Se algum de vós tiver um amigo, poderá ter de ir a sua casa à meia-noite, para lhe dizer: ‘Amigo, empresta-me três pães, porque chegou de viagem um dos meus amigos e não tenho nada para lhe dar’. (…) Eu vos digo: Se ele não se levantar por ser amigo, ao menos, por causa da sua insistência. (…) Também vos digo: Pedi e dar-se-vos-á; procurai e encontrareis; batei à porta e abrir-se-vos-á. Porque quem pede recebe; quem procura encontra e a quem bate à porta, abrir-se-á. (…) Se vós, que sois maus, sabeis dar coisas boas aos vossos filhos, quanto mais o Pai do Céu dará o Espírito Santo àqueles que Lho pedem!».
5.2 Rezar é pedir
O Evangelho torna a oração acessível ao homem dando-lhe coordenadas essenciais: a intimidade, a perseverança, a constância. Pede para ser dirigida ao Pai. Fala de elementos muito humanos: o pão de cada dia, o perdão das ofensas, a luta contra o mal. Dizemos que há quatro formas de oração: adoração (contemplação), louvor, ação de graças e petição. Ora, entre elas, a mais pobre é a petição. No entanto é esta que Jesus realça: “rezar é pedir”. Desde criança que aprendemos a pedir. Jesus reza ao Pai como filho.

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