{tab=Uma história}
Distribui-se a cada um a seguinte parábola e pede-se que cada um a leia individualmente.
Era um homem como todos os outros. Um homem normal. Tinha qualidades positivas e negativas. Não era diferente.
Um dia tocaram à sua porta. Quando foi abrir encontrou alguns amigos. Eram vários e tinham vindo todos juntos.
Os seus amigos ataram-lhe as mãos.
Depois disseram-lhe que era melhor assim. Com as mãos atadas não poderia fazer nada de mal (esqueceram-se de lhe dizer que também não poderia fazer nada de bom).
E foram-se embora, deixando um guarda à porta para que ninguém lhe desatasse as mãos.
Ao princípio andava desesperado e tentou romper as cordas. Quando se convenceu que era inútil tentar libertar-se, tentou, pouco a pouco, acomodar-se à situação.
Pouco a pouco, conseguiu aprender a subsistir com as mãos atadas. Inicialmente até tirar os sapatos era difícil. Houve um dia em que até um cigarro conseguiu acender com as mãos atadas. E começou a esquecer-se que antes tinha tido as mãos livres…
Passaram muitos anos. O homem acostumou-se às suas mãos atadas.
O seu guarda costumava recordar-lhe as coisas más que, lá fora, os homens com as mãos livres faziam (claro que se esquecia de contar das coisas boas que faziam).
Os anos continuaram a passar. O homem chegou a acostumar-se às suas mãos atadas. E o seu guarda recordava que desde aquele dia em que lhe tinham atado as mãos, o homem não tinha feito nada de mal (mas esquecia-se de lhe dizer que também não tinha feito nada de bom). E o homem começou a acreditar que era melhor viver com as mãos atadas.
Além disso… já estava habituado às cordas!
Passaram muitos, muitíssimos anos…
Um dia, os seus amigos, surpreenderam o guarda, entraram em casa, cortaram as cordas que atavam as mãos do homem.
– Já és livre, disseram-lhe.
Mas tinham chegado demasiado tarde.
As mãos do homem estavam totalmente atrofiadas
Carlos Giner
{tab=Em grupo}
O animador convida a comentar o conto em grupo.
A seguir, o professor escolhe um aluno para representar o homem atado. O professor sério, leva o tempo que for preciso para o atar com muitos e difíceis nós. Não se trata de aleijar o aluno, mas de o atar de forma que não se possa mexer. Ficará atado no meio da sala.
O professor pedirá uns minutos de reflexão.
O professor pede que cada um exprima o compromisso sério e viável que os torne mais livres. A si e aos outros. Ao mesmo tempo devem desatar um dos nós que amarram o colega.
As primeiras tentativas não serão aceites pelo professor que pode invocar falta de seriedade ou superficialidade. Depois de um silêncio, pedirá à turma que sejam valentes e tratem de libertar o colega com atitudes que impliquem realmente mudanças nas suas vidas. O professor, que se mostrou duro e exigente, encolhe os ombros e deixa que o grupo delibere e actue em consequência.
Normalmente, o grupo, depois de uns momentos de dúvida, conseguirá comprometer-se com uma série de atitudes, que pela forma como foram propostas, significará muito para eles.
O colega atado é finalmente libertado e o professor felicita o grupo por ter dado um grande passo rumo à liberdade.
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