Como primeira saudação, disseram:
— Mãezinha, água.
Margarida, a boa mãe, largou o trabalho que tinha entre as mãos e deu de beber aos filhos, começando pelo Zequinha, o mais velho. Joãozinho, por não beber primeiro, amuou; e, quando a mãe lhe ia dar de beber a ele, fez sinal de que não queria.
Margarida, sem nada dizer, foi, colocou o cântaro de água no lugar e retomou o seu trabalho.
Houve uns momentos de silêncio. Joãozinho, como que a medo, disse:
— Mãezinha!
— Que queres?
— Dê-me de beber também a mim. Ah! Julguei que não tivesses sede!…
— Perdão, mãezinha.
— Assim é que eu gosto. É tão feio um menino caprichoso!… E depois, sabes? Jesus não fica contente. E, levantando-se, foi dar de beber a Joãozinho.
Margarida, muito amiga dos filhos e consciente do seu dever de mãe, nada omitia que pudesse contribuir para os educar e formar para a vida.
Uni dia, Joãozinho fez uma travessura. A mãe chamou-o e ele, obediente, foi logo.
— Que quer, mãezinha?
— O menino vê aquela vara que está lá no canto?
— Vejo sim — respondeu Joãozinho já um pouco preocupado.
Vai buscá-la…
— Para quê?
— Vai, e logo verás.
Joãozinho foi e trouxe a vara, que entregou à mãe, dizendo: f
— É para me dar com ela?
— E por que não? Pois se tu fazes traquinices.
— Não torno, mãezinha.
O sorriso da mãe tranquilizou o filho, que prometia emendar-se.