É evidente que passar um mês sem companhia numa localidade desconhecida é realmente aborrecido.
Mas fazei o possível por não imitar os marinheiros (é, pelo menos, o que se diz; será verdade?) que têm uma rapariga em cada porto!
Não vos deixeis transportar mais do que o necessário por fins-de-tarde de sonho, por cenários de fábula e canções românticas.
E por que razão não o faríeis? Boa pergunta e inteligente. E para responder-vos de maneira igualmente inteligente, é preciso lembrarmo-nos de quatro factores importantíssimos.
«Se quiseres saber quanto vales, contas os amigos que tens».
Jim Morrison
PRIMEIRO… O TEMPO
Não, não se trata do tempo meteorológico (espera-se que esteja sempre sereno), mas o do coração. O príncipe encontra a amada, mas precisa de tempo para ter a certeza de que é realmente aquela. O mesmo acontece em férias: ao coração basta uma fracção de segundo para descobrir a alma gémea, mas depois, necessita de tempo para verificar se a sua escolha está certa.
Poderemos dizer poeticamente que as férias são um bocadinho de céu caído na terra. E devem ser tratadas como tal. Deixai que o coração se
exprima livremente, mas lembrai-vos de que os grandes amores quase nunca nascem na praia, como contam os filmes!
SEGUNDO… A COMPANHIA
Habitualmente, nas férias, encontra-se uma quantidade enorme de amigos; criam-se grupos gigantescos com quem se passam, pelo menos, 15 horas por dia, onde todos se divertem como loucos! Por vezes, contudo, pensa-se que uma amizade mais intensa e exclusiva seja o ideal para passar um serão ao luar.
Errado! Por que procurais «algo de mais profundo» da amizade?
Provavelmente porque não pretendestes da amizade toda a riqueza que ela vos pode oferecer. Sede exigentes convosco próprios, com as pessoas que conheceis e com a amizade que vos une. Dai-vos inteiramente a amizades profundas; nunca ficareis desiludidos!
TERCEIRO… O CONHECIMENTO
Quantos erros se cometem nas férias. Não somente os que resultam do demasiado sol e do calor africano, mas, sobretudo, os relacionados com raparigas e rapazes estupendos que vos fazem enlouquecer: «Tem uns olhos que me agradam tanto! Tem um físico de que gosto muito…». Cúmplices do bronzea-mento (o seu) e da distracção (vossa), a fantasia cria seres perfeitos, aos quais não podeis resistir. Daqui nascem paixões escaldantes, histórias de amor à pri¬meira vista e tudo termina numa noite.
Mostrai as cartas e sede sinceros; como é possível numa noite ou, até mesmo, em 15-20 dias conhecer suficientemente uma pessoa para poder jurar-lhe amor eterno?
QUARTO… EM CASA
E, se por má sorte, em casa vos esperasse o rapaz ou a rapariga «oficial», tranquilo/a por que lhe juraste fidelidade eterna? Que fazer? Manter-se fiel às promessas feitas e esquecer o novo amor, ou manter o novo e abandonar o antigo? Ou ficar com os dois?
A escolha pertence-vos, mas o problema é mais complexo do que vos poderá parecer…
E ENTÃO?
E então, esperarais que o acaso vos faça encontrar, no mar ou na montanha, uma pessoa da vossa cidade, com a qual seja possível manter um contacto durante as outras estações!
Brincadeiras à parte, tende cuidado para não confundirdes amizades simpáticas, estivais e passageiras, com amores em botão ou possíveis aventuras amorosas. Não procureis com toda a força um par com quem formeis «o casal», talvez com medo de serdes «gozados» por estardes sós. Para construir relações sérias, fundadas no conhecimento, que possam durar, tendes à disposição todos os outros dez meses do ano: assim, estareis seguros de que não cometereis erros, que não vos deixareis enganar por dois olhos azuis ou por uma cabeleira loura e de que podereis, realmente, conseguir uma «história sensacional»!