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Partilhamos o texto do vídeo para o poderes usar em contexto de formação.
Introdução
E cá estamos mais uma vez, a tentar perceber como melhorar a maneira como fazemos catequese com adolescentes.
A animação é uma das boas opções que temos para o conseguir.
Falar de animação tem os seus riscos. Muita gente imagina que animação é “ser fixe”, usar umas técnicas atraentes, improvisar em cima do joelho.
Pois… animação não é nada disso.
A animação é um método adequado para fazermos uma catequese rica de conteúdos. Há várias características que marcam uma boa catequese feita em estilo de animação.
Um modo adulto de acolher o mundo juvenil
Como é que olhamos para o mundo dos adolescentes e dos jovens? Há três respostas muito comuns. A primeira é a indiferença. Muitos adultos não ligam à vida, sonhos e sofrimentos dos mais novos. Não perdem tempo a fazer propostas, a corrigir os seus erros nem a responder às suas perguntas.
Uma segunda resposta é o “juvenilismo”. São adultos que apreciam tudo o que os adolescentes e jovens fazem; mas na realidade recusam-se a partilhar com eles a sua experiência de vida. Quando estes adultos batem palmas a tudo o que os mais novos fazem, sem critério nem avaliação, estão a privá-los de memória, de interacções que os poderiam enriquecer.
Uma terceira resposta comum é a negação, aqueles que rejeitam tudo o que é próprio da gente nova e que não copie o mundo dos adultos. Esta tendência recusa qualquer protagonismo e participação dos mais novos na construção da sua identidade.
Uma catequese feita na lógica da animação não aceita nenhuma destas reacções ao mundo dos adolescentes. Propõe outra coisa: o acolhimento e a confiança sem condições, apontados à transformação criativa do presente.
Neste acolhimento, o catequista sente-se como um adulto disposto a amar os adolescentes a quem Deus o enviou. É este amor que permite ao catequista adulto, sem renunciar ao seu mundo, à sua experiência, acolher a pessoa de qualquer adolescente.
É necessário que o catequista seja “adulto”, para poder dialogar na diferença. O catequista tem de poder entrar no diálogo com o adolescente oferecendo a sua própria experiência de vida e de fé.
Mas é um adulto que sabe acolher a novidade de vida que cada adolescente traz. Este catequista adulto tem de ter uma grande maturidade interior, um grande equilíbrio, para promover um diálogo enriquecedor com as novas gerações.
Este acolhimento do catequista manifesta-se também na sua capacidade de dar confiança. De acreditar que cada adolescente pode fazer coisas grandes com a sua vida.
O catequista olha com o olhar de Deus que chama cada adolescente a ser mais. Neste diálogo com o catequista, o adolescente recebe um feedback positivo que o incentiva a pensar-se e construir-se de forma diferente.
Criar uma relação de comunicação autêntica
O catequista acolhe o adolescente e o seu mundo dentro de uma comunicação autêntica. Fazer catequese em estilo de animação troca a importância dada à quantidade de conteúdos pela qualidade de relação que se estabelece entre catequista e adolescente.
É uma catequese em que os conteúdos são mais bem interiorizados porque há uma relação rica e autêntica entre catequista e adolescente
Esta comunicação de qualidade, assente na relação de confiança, permite ao adolescente interiorizar os conteúdos propostos pelo catequista. E ajuda-o a modificar os seus comportamentos. Inspirados pela maneira como o catequista comunica consigo, o adolescente descobre novas possibilidades de se relacionar com os outros.
Um grupo que cresce ao longo do caminho
A lógica da animação escolhe o grupo como lugar de acção. A relação que acontece no grupo é maior do que a soma das relações que o catequista tem com cada um dos adolescentes. É no grupo que o adolescente pode experimentar uma relação autêntica e profunda com os outros que o ajuda a amadurecer.
O grupo não é um “amontoado” de catequizandos. É um pequeno mundo onde, com segurança e liberdade, os adolescentes podem ir testando a sua combinação de exploração e compromisso. Onde podem ir exercitando uma identidade, um modo de viver, que é alternativo àquilo que lhes é proposto pela cultura dominante.
Muitas mais coisas haveria a dizer sobre o uso da animação para fazer catequese. Vala a pena pensar sobre o que é isso da animação. E perceber como é que pode ajudar a uma catequese de qualidade com os adolescentes.