Como dizer-lho?

«Tinha um encontro marcado com ela. O primeiro encontro. Vi-a chegar, sentar-se ao meu lado e sorrir. Estava um pouco atrapalhada. Também eu estava atrapalhado, pois não sabia que dizer nem que fazer e estava como que bloqueado. Que angústia! A certa altura, agarrei a coragem com quatro mãos e pensei: afinal, basta que eu seja sincero! Olhei-a fixamente nos olhos e exclamei: «Gosto muito de ti!».
Ela sorriu. Tomámos as mãos e, a partir daquele momento, nunca mais nos separámos».
Cada qual tem o seu modo de exprimir-se, comentaria alguém. E com razão. Efectifamente, a tua maneira de exprimires os sentimentos, de enfrentares as situações de cada dia, é única e irrepetível. Exactamente como tu. Cada ser humano fala, grita, é feliz, desesespera e entristece-
se e maneira diferente.
«Se te queres confiar deveras a mim, fá-lo totalmente:oferece-me o teu sonho».
Ligabue
E também quando chega a hora de dizer à pessoa a quem se quer bem: «Amo-te», utilizam-se modos diferentes: desde o mais sério ao mais brincalhão e ao mais terno. O importante é ser-se convincente, é conseguir transmitir, através das palavras, o que o coraçãozinho sugere.
(Atenção! Coraçãozinho não quer dizer «pequeno», mas que deseja ser protegido!).
Mas existirão fórmulas mágicas? Não.
No entanto, não significa que não se possa dar algum conselho, que não se possa dizer nada a quem se prepara para «declarar o seu amor».

DAS PALAVRAS…

As mais usadas, as mais simples e as mais elaboradas. Há quem as diga aos gritos, quem prefira utilizar os versos de uma canção, de uma poesia; quem escreva numa folha de papel, faça dela uma pombinha e a lance a voar. Geralmente, os rapazes têm menos problemas que as raparigas: são mais simples, enfrentam a questão com maior decisão (ou com menos ternura).
Chegam rapidamente ao âmago da questão: «Queres ser a minha miúda?». «Queres sair comigo?». Por seguem ser sinceros.
E não há dúvida nenhuma de que isto agrada muito às raparigas. E, assim, enquanto os homenzinhos agarram na coragem a quatro mãos, as mulherzinhas esperam: tanto por culpa da tradição que atribui «o primeiro passo» ao rapaz, como porque gostam de ser cortejadas, de sentir-se no centro da atenção e — por que não? — também para manterem o rapaz numa dúvida impaciente. Algumas, mais emancipadas, mais afoitas, tentam substituir o rapaz: «Gosto de ti». As reacções? Um momento de embaraço da parte do rapaz e depois…, depois pode nascer uma bela amizade entre os dois. No fundo, as declarações são só formalidades!

…AOS GESTOS

Contudo, nem todos conseguem exprimir por palavras tudo o que sentem. A culpa pode ser da timidez, do medo de ser gozado, de não ser compreendido ou de ser mal-entendido. E, deste modo, recorre-se aos gestos: gestos importantes, carregados de ternura, tímidos e, ao mesmo tempo, irresistíveis. Uma cassete com uma canção romântica ou uma flor no bolso do sobretudo. Os gestos podem ser muitos. Basta conhecer os gostos da outra pessoa, adivinhar os seus sonhos e pronto! Não são necessários grandes símbolos para transmitir grandes sentimentos.
Basta pouco: a simplicidade e a alegria, postas num presente humilde, conquistam mais um coração do que um vagão de diamantes!

… À ESPONTANEIDADE

Uar as palavras para pedir timidamente: «Queres sair comigo?», passar um bilhete às escondidas com três palavras: «Gosto de ti», dar um passeio de bicicleta com a pessoa a quem se ama, são algumas das possiblidades utilizadas. Em suma, funcionam. Mas precisam de um ingrediente secreto que contribui para harmonizar palavras, gestos e coração: a espontaneidade. O mais importante é sermos nós mesmos; sem medo das figuras ridículas, sem querermos parecer melhores nem mais atraentes. O segredo da conquista? A SIMPLICIDADE. A receita da felicidade, da relação com o teu rapaz ou com a tua rapariga, está dentro e não fora do teu coração. Tudo o que está fora é aparência; por isso, dura pouco e, passado algum tempo, acaba. O que permanece és tu. Não consegues falar, não gosta de oferecer presentes e queres transmitir
o teu amor? Sê tu mesmo com a pessoa a quem queres bem. Aperta-lhe a mão e ela compreenderá.

 

 

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