É um momento para sermos gratos a Deus pelos rastos de luz, de graça e de perdão que recebemos ao longo do ano litúrgico. Agradecemos todas as mensagens que foram chegando de amigos, sobretudo daqueles que nos diziam sentir que a Lectio Divina era boa ajuda para compreender e viver melhor a Santa Missa. Ouvi-lo da boca de jovens é muito consolador. Um obrigado grande aos sacerdotes que nos escreveram, que partilharam connosco as suas homilias. Hoje, fecha-se, em Roma, a porta santa do Jubileu da Misericórdia. Quanto amor, quanta graça, recebida através de retiros, de peregrinações, de celebrações, de obras de misericórdia, uma sabedoria humana que toca o divino. No próximo Domingo será Advento. Abre-se como uma claridade primeira da manhã. Voltarão os rebentos novos, os campos verdes cheios de fores. Voltará a fome de infinito, trazida pela celebração dos mistérios de Deus do Ano A.
1. Introdução
“A Cruz é o trono de Cristo Rei”. Terminamos o ano litúrgico (ciclo C) com a Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo. Agradecemos todas as mensagens que foram chegando dos nossos amigos, sobretudo aquelas que nos diziam sentir que a Lectio Divina era uma boa ajuda para compreender e viver melhor a Santa Missa. Ouvi-lo da boca de jovens é muito consolador. Hoje, fecha-se a porta santa do Jubileu da Misericórdia. Quanto amor, quanta graça não fomos recebendo através de retiros, de celebrações, de gestos de misericórdia. Que Deus seja louvado. Neste dia abraçamo-nos à Cruz, nossa força e perdão, fonte de toda a santidade donde nos vem a salvação.
2. 2 Samuel 5, 1-3
2.1 Texto
Naqueles dias, todas as tribos de Israel foram ter com David a Hebron e disseram-lhe: «Nós somos dos teus ossos e da tua carne. Já antes, quando Saul era o nosso rei, eras tu quem dirigia as entradas e saídas de Israel. E o Senhor disse-te: ‘Tu apascentarás o meu povo de Israel, tu serás rei de Israel’». Todos os anciãos de Israel foram à presença do rei, a Hebron. O rei David concluiu com eles uma aliança diante do Senhor e eles ungiram David como rei de Israel.
2.2 David símbolo de Cristo
O 2º Livro de Samuel fala-nos de como David em Hebron, capital do sul, recebe a oferta da realeza sobre as tribos do centro e do norte tornando-se rei de todo o Israel. Mostra-nos como o rei David, pastor e rei, é símbolo de Cristo. David com um reino delimitado por fronteiras, Cristo com um reino universal, de todas as culturas, de todas as línguas, de todas as raças e cores. É Cristo que leva à unidade total da Sua realeza pela morte na cruz (Evangelho).
3. Salmo 121 (122), 1-2.4-5 (R. cf. 1)
Cântico de Sião. A beleza deste salmo está na melodia do canto de peregrinos a caminho de Jerusalém, cidade encantadora pelos seus monumentos e pelo seu Templo. É ali que estão “os tribunais da casa de David”, uma alusão a Cristo, Príncipe da Paz.
4. Colossenses 1, 12-20
4.1 Texto
Irmãos: Damos graças a Deus Pai, que nos fez dignos de tomar parte na herança dos santos, na luz divina. Ele nos libertou do poder das trevas e nos transferiu para o reino do seu Filho muito amado, no qual temos a redenção, o perdão dos pecados. Cristo é a imagem de Deus invisível, o Primogénito de toda a criatura; Porque n’Ele foram criadas todas as coisas no céu e na terra, visíveis e invisíveis, Tronos e Dominações, Principados e Potestades: por Ele e para Ele tudo foi criado. Ele é anterior a todas as coisas e n’Ele tudo subsiste. Ele é a cabeça da Igreja, que é o seu corpo. Ele é o Princípio, o Primogénito de entre os mortos; em tudo Ele tem o primeiro lugar. Aprouve a Deus que n’Ele residisse toda a plenitude e por Ele fossem reconciliadas consigo todas as coisas, estabelecendo a paz, pelo sangue da sua cruz, com todas as criaturas na terra e nos céus.
4.2 Primado de Jesus
A introdução de ação de graças relembra o nosso Batismo como passagem dum mundo de trevas para um mundo de luz. Segue-se um hino que canta a realeza e a soberania de Cristo sobre toda a criação. Ele é o “Primogénito de toda a criatura” e o “Primogénito de entre os mortos”, “Cabeça da Igreja, que é o seu Corpo”. É sempre n’Ele e através d’Ele e para Ele que tudo quanto existe encontra sentido. Ele é fonte de vida para o homem. Desta maneira a Redenção completa a obra da Criação.
5. Lucas 23, 35-43
5.1 Texto
Naquele tempo, os chefes dos judeus zombavam de Jesus, dizendo: «Salvou os outros: salve-Se a Si mesmo, se é o Messias de Deus, o Eleito». Também os soldados troçavam d’Ele; aproximando-se para Lhe oferecerem vinagre, diziam: «Se és o Rei dos judeus, salva-Te a Ti mesmo». Por cima d’Ele havia um letreiro: «Este é o Rei dos judeus». Entretanto, um dos malfeitores que tinham sido crucificados insultava-O, dizendo: «Não és Tu o Messias? Salva-Te a Ti mesmo e a nós também». Mas o outro, tomando a palavra, repreendeu-o: «Não temes a Deus, tu que sofres o mesmo suplício? Quanto a nós, fez-se justiça, pois recebemos o castigo das nossas más ações. Mas Ele nada praticou de condenável». E acrescentou: «Jesus, lembra-Te de Mim, quando vieres com a tua realeza». Jesus respondeu-lhe: «Em verdade te digo: Hoje estarás comigo no Paraíso».
5.2 Realeza de Cristo na Cruz
O Messias que nos é apresentado no Evangelho nada tem a ver com as expetativas dos judeus que aguardavam um Messias triunfante. É comovedor o caminho penitencial do bom ladrão: toma consciência dos seus pecados, arrepende-se e pede a Jesus uma nova vida. Jesus assegura-lhe a ressurreição. É a celebração do “hoje” dos homens com fé. É na cruz que Jesus se esquece de si mesmo para celebrar a comunhão com os pecadores. Onde os homens veem a derrota aparece o triunfo da realeza de Cristo, abraçado à cruz e abraçado a todos os abandonados.