2. Is 6,1-2a.3-8
2.1 Narração
No ano em que morreu Ozias, rei de Judá, vi o Senhor sentado num trono alto e sublime. (…) A sua glória enche toda a terra!» (…) Então exclamei: «Ai de mim, que estou perdido, porque sou um homem de lábios impuros, moro no meio de um povo de lábios impuros e os meus olhos viram o Rei, Senhor do Universo».
2.2 Teofania
Isaías está no templo a participar numa liturgia, quando se vê envolto numa teofania inefável. Sentindo-se frágil e pecador, tem consciência, no curso da sua visão, de que o anjo de Javé o envolve, lhe purifica os lábios, e o convida para a missão. Generosamente Isaías oferece-se para partir. Ultrapassado o torpor do momento e da indecisão, Isaías segue a claraboia da luz do seguimento vocacional. É investido como profeta. Ano da misericórdia. Um tempo vocacional. Deus quer curar as nossas feridas e dar sentido às nossas ações: ”Foi a mim que o fizestes” (Mt 25,40). Eis a fonte da consolação e o desejo de entrar no coração de Deus através das obras de misericórdia corporais e espirituais.
3. Salmo 137 (138)
3.1 Na presença dos Anjos, eu Vos louvarei, Senhor
O Salmo 138 que hoje cantamos, é «o canto do chamamento universal», como o define Santo Atanásio (século IV).
O orante, voltado para o Templo, transborda de felicidade porque sabe que no horizonte celeste do seu olhar está o Senhor. Todos os reis da terra irão acompanhar o Salmista em oração. Não esqueçamos que Maomé irá imitar este Salmo ao colocar a oração a Alá, voltada para Meca, como um ponto fundamental que ainda hoje se realiza.
4. 1Cor 15,1-11
4.1 Narração
(…) Transmiti-vos em primeiro lugar o que eu mesmo recebi: Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras; foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras, e apareceu a Pedro e depois aos Doze. Em seguida apareceu a mais de quinhentos irmãos de uma só vez, dos quais a maior parte ainda vive, enquanto alguns já faleceram. Posteriormente apareceu a Tiago e depois a todos os Apóstolos.
Em último lugar, apareceu-me também a mim, como o abortivo. (…) Por conseguinte, tanto eu como eles, é assim que pregamos; e foi assim que vós acreditastes.
4.2 Credo cristão
É nesta primeira carta aos coríntios que encontramos as primeiras verdades de fé do credo cristão, aqui esboçadas pela mão de Paulo. A revelação de Jesus como referente obrigatório da nossa vida, decorre da nossa condição humana apoiada na visão da fé em Jesus Cristo, acolhida pela comunidade cristã. Ao subir para as barcas da nossa vida, tantas vezes, vazias, Jesus aprofunda em nós aquela pureza original do “sim, creio” que os nossos pais e padrinhos disseram por nós no dia do nosso batismo.