TERÇA-FEIRA

Palavra

Pedro partiu com o outro discípulo e foram ambos ao sepulcro. Corriam os dois juntos, mas o outro discípulo antecipou-se, correndo mais depressa do que Pedro, e chegou primeiro ao sepulcro. Debruçando-se, viu as ligaduras no chão, mas não entrou.

 

Tudo muito lógico. A comunicação de Maria Madalena faz sobressaltar os discípulos. Seria verdade? A curiosidade, a confusão, o medo e a esperança, tudo isso os espicaçava, e levaram-nos a ir, correndo também eles, até ao sepulcro. É significativa que seja apenas a dupla Pedro e João que seguem Maria Madalena. São João, no seu Evangelho, já traz os dois “juntos” desde o Capítulo 13. No sentido profundo do quarto evangelista, e de um modo especial nesta passagem, Pedro e João, mais que duas pessoas, significam duas realidades: a autoridade simbolizada por Pedro e a comunidade em geral representado por João.

 

Meditação

Maria Madalena, Pedro e João “correm”. Quem os faz correr? Perderam Alguém a quem amavam. Correm na esperança de O encontrar. Com medo? Com alegria? Para nós, hoje, está tudo muito claro: “Cristo ressuscitou”! Para eles isso era algo quase impossível! Nunca acontecera! Quem esperam realmente encontrar? Actualmente nós também procuramos e, apesar de tudo o que já sabemos, não andaremos à procura de um Cristo morto, de um Cristo sem identidade definida, de um Cristo já enterrado? Quem é para nós Jesus Cristo? Que Cristo marca as nossas palavras, gestos e atitudes do dia a dia? Estamos mesmo convencidos que o nosso Deus é um “Deus dos vivos e não dos mortos”?

 

Oração

Também eu corro, Senhor, buscando-Te e por vezes não Te encontro. Por que Te escondes? Ou será que eu Te procuro no sepulcro vazio onde Tu já não estás? Não consigo reparar nas “ligaduras no chão” espalhadas pela minha vida que me falam de Ti vivo? Preciso de Te encontrar. Mas vivo, Senhor, ressuscitado! Vivo para que vivifiques a minha vida. Sinto-me definhar, Senhor, porque Tu tens sido para mim, quase sempre, um “Deus amortalhado”.

 

Acção

Nas actividades do dia, não correrei para “chegar primeiro”, mas apenas a tempo de me encontrar sempre contigo, Senhor, nas pessoas ou coisas mais simples e humildes onde Tu sempre estás.

 

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