Lectio Divina: Páscoa

Palavra

Entretanto, chegou também Simão Pedro, que o seguira. Entrou no sepulcro e viu as ligaduras no chão e o sudário que tinha estado sobre a cabeça de Jesus, não com as ligaduras, mas enrolado à parte.

Dois corredores: João, o mais jovem, chega primeiro. Lógico. Mas “não entra”. Por respeito ao mais velho e atrasado? Vê, mas entra no sepulcro. É de novo São João a catequizar a comunidade dizendo-lhe que a “a autoridade e as bases comunitárias” devem andar sempre juntas. Pedro entra, vê algo que não encontra normal, mas não se pronuncia. Quer mais dados, mais certezas? Será a “prudência da autoridade” que sempre prevaleceu na Igreja?

 

Meditação

Que ficou a pensar Pedro de tudo o que viu no sepulcro? Não o sabemos. Apenas que ficou admirado, perplexo. Algo ali preanunciava novidade. Que há na tua vida, Senhor, que me deixa, pelo menos, “perplexo”? Quando e onde noto que foste Tu que “mudaste” as coisas, as  “arrumaste” de maneira diferente, as preparaste expressamente para mim, a fim de que eu descubra ali a tua mão, a tua presença, a tua manifestação, o teu amor por mim?

 

Oração

Senhor, deixaste tudo no sepulcro. Saíste só Tu, sem nada que Te tape, que te esconda. Ajuda-me, Senhor, a largar os meus panos, os meus adereços, as minhas máscaras do culto da imagem, da manifestação de poder, do dogmatismo da verdade, que me impedem de Te encontrar. Ajuda-me a sair dos meus sepulcros que não me deixam aparecer realmente como eu sou, e me impedem de me comunicar, de me encontrar em profundidade com os outros e contigo.

 

Acção

Olharei, ó Jesus, com olhos de ver todos e tudo o que me aparecer à frente, tentando descobrir em cada pormenor a alegria e a Tua presença de Senhor Ressuscitado.