Lectio Divina: Páscoa
QUINTA-FEIRA
Palavra
Entrou também o outro discípulo que chegara primeiro ao sepulcro: viu e acreditou.
O evangelista dá agora a vez ao apóstolo mais novo, ao que manifestara respeito pela autoridade. Ele entra, vê e acredita. O simbolismo de São João atingiu o objectivo: o túmulo vazio ajudou a nascer a fé. Não basta o vazio do sepulcro, mas ajudado pela intuição, João, ele próprio se identificando como representante da comunidade, com o sexto sentido da sensibilidade interior, consegue captar a profundidade dos acontecimentos: o que vê leva-o a acreditar, pois descobre que Jesus tinha saído, de modo milagroso, dos lençóis e sudário em que estivera amortalhado.
Meditação
O apóstolo João é a primeira pessoa que nos aparece afirmando que acredita que Jesus ressuscitou. Maria Madalena falara apenas em “levaram o corpo do Senhor”. Só mais tarde se encontra com Ele. E para os outros discípulos não foi fácil, apesar das frequentes e claras aparições que Jesus Ressuscitado lhes proporciona. São Tomé serve-nos de modelo dessa resistência. Em que se baseia a nossa fé? Que necessitamos nós para acreditar? Temos medo de nos assomar ao sepulcro vazio? Temos medo de lá descobrir um Jesus “surpreendente”? Na pedagogia de Jesus Ele exigia: “primeiro a fé, depois o milagre”. É esta também a nossa lógica na fé?
Oração
Se São João acreditou sem Te ver no sepulcro vazio, apenas pelos sinais que lá deixaras, faz, Senhor, que a minha fé seja semelhante à dele: que eu acredite sem Te ver; que eu sinta a Tua presença de ressuscitado a meu lado; que eu sinta a vida que nasce da Tua morte para testemunhar o amor que derramaste sobre mim do alto da Tua Cruz. Cura-me, Senhor, desta cegueira que me impede de ver todos estes teus gestos de amor e de delicadeza para connosco.
Acção
Se depois de Ti, Senhor, na morte há vida, tentarei descobrir a vida-vida em todas as mortes pelas quais hoje tenha de passar.
