O primeiro cavaleiro: a crítica

Entre queixar-se e criticar há uma diferença crucial. As queixas têm como objecto um comportamento específico, enquanto que a crítica ataca a pessoa.

Uma queixa ou uma reclamação afirma um facto; a crítica é um juízo. E sugere que a pessoa criticada deveria ser diferente do que é. Supõe que um filho tem um defeito irremediável. A crítica é muitas vezes genérica: “Tu nunca me ajudas nas coisas de casa.; “Tu estás sempre ao telefone”.

A crítica é habitualmente expressão de uma frustração alimentada em silêncio e de cólera reprimida. O resultado é devastador. A crítica amontoa uma série de queixas não relacionadas entre si: “Vais sempre tarde para a escola. Deixas tudo desarrumado. Nunca me dizes onde vais. Vestes-te tão mal! Há meses que não visitas a tua avó. As tuas notas são um desastre. Os teus amigos são todos malucos.”

O melhor modo de evitar este tipo de críticas tão destrutivas é enfrentar os conflitos e problemas à medida que vão aparecendo.

Não vale a pena esperar por estar tão irritados que não se aguente mais. É necessário exprimir o mal-estar de modo definido e dirigi-lo às acções do filho em vez de o fazer contra a sua personalidade ou o seu carácter.

É importante concentrar-se no contexto em que se está e evitar as afirmações genéricas. Quando exprimires a tua insatisfação, evita dizer “Deverias fazer…”, “estás sempre a…”, “nunca és…”.

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