Saudação Inicial:
Presidente: Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.
Assembleia: Ámen.
Presidente:A graça de Jesus Filho de Deus e de Maria esteja sempre connosco.
Assembleia: Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo.
Admonição Inicial:
Nesta celebração mariana, vamos meditar os mistérios dolorosos. Mas, antes disso, ouçamos a seguinte história sobre a importância do diálogo na família:
“Olá, eu sou o João! E tu como te chamas?
Eu sou a Luísa”.
Foi trocando depois muitas outras palavras que estes dois jovens se conquistaram mutuamente. Foi também com a ajuda da palavra que ficaram a saber que coisas os uniam e as diferenças que os separavam, que construíram planos para o futuro e que tomaram a decisão de juntar as suas vidas.
Até no dia do casamento foi necessário falar. O João disse: “Recebo-te por minha esposa, a ti Luísa, e prometo ser-te fiel, amar-te e respeitar-te, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, todos os dias da nossa vida.” E a Luísa deu-lhe de volta a mesma resposta.
Assumiram, assim, o compromisso de construírem juntos o seu projecto de vida.
Foi necessário muita conversa e nem sempre se tomaram as melhores decisões, mas falando sempre descobriram como resolver os problemas.
Vieram os filhos e com eles partilharam sempre o valor do diálogo que os unia. Ouvir, ou melhor, escutar atentamente, era factor determinante para que a família percebesse que caminho tomar em cada momento.
Muitas vezes a televisão teve que ser desligada e os assuntos colocados sobre a mesa com frontalidade, sem tabus, e discutidos com serenidade e com muito respeito uns pelos outros.
Apesar de tudo, algumas vezes as coisas não correram tão bem quanto desejariam. Numa dessas vezes, a situação ficou mesmo feia entre o casal e durante umas semanas passaram o tempo a reclamar um com o outro. O casamento estava por um fio.
Foi a Sandra, a filha mais nova, naquela altura com 14 anos, que um dia ao jantar acabou por dizer: “Isto não pode continuar assim. Não percebo o que se passa convosco. Sempre souberam ouvir-se um ao outro e agora parecem ter ouvidos moucos.”
Palavras santas. A semente tinha sido bem cuidada e já estava a dar frutos.
Foi ali mesmo, à mesa, que as razões de um e de outro foram discutidas. Cedência d’ali, compreensão d’acolá e o diálogo de novo os juntou.
Foi altura de, como antes o faziam com frequência, agradecerem a Deus a graça do amor que lhes concedeu e de Lhe pedir para continuar a estar ao lado da família.
Celebraram as bodas de prata e as de ouro e, um dia, o João partiu para junto do Pai do Céu.
A Luísa dizia que nem assim acabou o diálogo entre eles.
Recitação do Terço
Mistérios Dolorosos
1º MISTÉRIO: A AGONIA DE JESUS NO HORTO
“Digo-vos ainda: se dois de entre vós se unirem na terra para pedirem qualquer coisa, obtê-la-ão de Meu Pai que está nos céus.”
Perante a proximidade dos acontecimentos dolorosos da Sua paixão, Jesus preparou-Se para cumprir a vontade do Pai, rezando intensamente.
A família deve descobrir nesta atitude o exemplo Santo de que a melhor forma de enfrentar as dificuldades é virar-se para o diálogo com Deus. Mas, como em todo o diálogo, é preciso saber também escutar as respostas e aí estar pronto para dizer como Maria “Faça-se em mim segundo a Tua palavra”.
2º MISTÉRIO: A FLAGELAÇÃO DE JESUS
“Felizes os que escutam a palavra de Deus e a põem em prática.”
Pilatos falou com Jesus e verificou que este nada fez de mal, mas, perante a pressão do povo não foi capaz de dizer “não”.
No diálogo é preciso estar atento às palavras do outro e saber dizer “sim” e “não” na altura certa. Hoje em dia, os filhos, por pressão da sociedade consumista e do grupo de amigos, não querem ouvir o “não” dos pais. É preciso prepará-los para isso.
Lembremos como Maria e José também questionaram Jesus quando este se afastou deles e se perdeu, ficando sozinho no templo de Jerusalém, a falar com os doutores da lei.
3º MISTÉRIO: A COROAÇÃO DE ESPINHOS
“A caridade é paciente, a caridade é benigna… tudo desculpa, tudo acredita, tudo espera, tudo suporta.”
Depois de orar Jesus enfrentou com determinação o seu caminho para o Pai e disse “perdoai-lhes Pai, porque não sabem o que fazem”.
A imagem do Amor de Jesus deve ser a imagem do Amor na família e para que aquela caridade se reflicta é preciso que cada elemento da família conheça os outros e se dê a conhecer. Só através do diálogo manifestamos verdadeiramente os nossos sentimentos, as nossas preocupações, tal como Isabel, quando foi surpreendida pela visita de Maria e disse: “Bendita sois vós entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre. E donde me é dado que venha ter comigo a Mãe do meu Senhor?”
4º MISTÉRIO: JESUS LEVA A CRUZ
“Por isso o homem deixa pai e mãe para se unir à sua mulher e os dois serão uma só carne.”
Haverá projecto de vida mais difícil do aquele que foi o de Jesus?
É certo que um projecto de vida é sempre difícil de construir. As dificuldades surgem em cada esquina, mas a família não pode desistir e é em si mesma que encontra a força para ultrapassar cada obstáculo. O Amor, a Esperança e a Fé traduzem-se em gestos e palavras de alento, de conforto, de carinho, de compreensão.
Por outro lado, lembremo-nos que Jesus também partilha a nossa cruz e que Maria guarda todas estas coisas no seu coração.
5º MISTÉRIO: A CRUCIFIXÃO E MORTE DE JESUS
“Aquele que semeia pouco, pouco ceifará. Aquele que semeia com largueza, também com largueza colherá. Dê cada um segundo o impulso do seu coração, sem tristeza nem constrangimento, pois, Deus ama o que dá com alegria.”
A vida em família precisa de ser assim.
Que os pais semeiem no coração dos filhos o Amor que cuidam de fazer crescer entre eles. Partilhem entre todos as alegrias e as dificuldades. Falando e escutando. Quanto maior a entrega, maior a recompensa.
E não se encerrem sobre vós. Levai essa força e esse testemunho a todos. Que “brilhe a vossa luz diante dos homens de modo que, vendo as vossas boas obras, glorifiquem o vosso Pai, que está nos céus.”
P- Três Ave Marias a Nossa Senhora aprendendo a dialogar, principalmente no seio da família.
Ave Maria…
P- Salve Rainha…
Evangelho(Jo 19, 25-27)
Leitura do Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
Naquele tempo,
estavam junto à cruz de Jesus
sua Mãe, a irmã de sua Mãe,
Maria, mulher de Cléofas, e Maria Madalena.
Ao ver sua Mãe e o discípulo predilecto,
Jesus disse a sua Mãe: «Mulher, eis o teu filho».
Depois disse ao discípulo: «Eis a tua Mãe».
E, a partir daquela hora,
o discípulo recebeu-a em sua casa.
Palavra da salvação.
Breve silêncio
Preces
P- Irmãs e irmãos, Maria Santíssima é o sinal maravilhoso do que podemos ser quando nos à escuta da Palavra de Deus na família. Por sua intercessão invoquemos a Deus Nosso Pai, dizendo com alegria:
Dai-nos, Senhor, um coração novo
1. Pelo Povo santo de Deus para que, à semelhança da Virgem sempre fiel dê testemunho da sua fé no meio do mundo. Oremos por intercessão de Maria.
2. Pelos nossos pastores para que imitando a Virgem de Nazaré, anunciem a Boa Nova aos que são pobres. Oremos por intercessão de Maria.
3. Pelos que cuidam dos doentes e idosos para que sejam um sinal vivo da solicitude de Cristo pelos humildes. Oremos por intercessão de Maria.
4. Pelos pais e mães de toda a terra, para que à semelhança da Virgem Mãe aprendam a pôr a confiança em Deus. Oremos por intercessão de Maria.
5. Pelos cristãos que duvidam e vacilam para que se entreguem a Deus como a Virgem, que acreditou no cumprimento das promessas do Senhor. Oremos por intercessão de Maria.
Oração conclusiva
P. Senhor, que fizestes da Virgem Santa Maria a mulher forte, sempre ao lado do seu Filho, concedei-nos, também a nós, a graça de colaborarmos generosamente na obra da salvação da humanidade. Por Jesus Cristo Nosso Senhor, na unidade do Espírito santo.
P- O Senhor nos abençoe, nos livre de todo o mal e nos conduza à vida eterna.
A– Ámen.
P- Bendigamos ao Senhor.
A- Graças a Deus.