Pastoral vocacional

Decorreu neste fim de semana o 3ª forum das vocações.

«Toda a Pastoral seja uma pastoral vocacional»
Palavras de Abertura do Presidente da Comissão Episcopal das Vocações e Ministérios no III Fórum Nacional das Vocações
.
Testemunhar a Esperança
1 – Neste lugar abençoado de Fátima, mais perto da Mãe, a Senhora da Mensagem, reúne hoje e amanhã o III Fórum Nacional das Vocações.

Em nome da Comissão Episcopal das Vocações, dos seus Bispos e Secretário e do Serviço Nacional das Vocações com quem em comunhão preparamos este Fórum, quero dizer-vos: sede bem-vindos.

A causa que aqui nos congrega é de importância relevante para a Igreja de Portugal.

As razões que aqui nos trazem em tão grande número afirmam de modo claro e inequívoco que não faltam trabalhadores dedicados e generosos neste campo da vanguarda da missão: a pastoral vocacional nas nossas Igrejas Diocesanas e em todos os Institutos de vida consagrada: sede bem-vindos, digo-vos de novo com alegria e gratidão.

2 – O tema que escolhemos para este Fórum integra-se numa dinâmica de continuidade com os dois anteriores, que nos levaram a reflectir primeiramente em 2004 sobre o documento da Conferência Episcopal Portuguesa de 22 de Abril de 2004 “Bases para a Pastoral Vocacional”, e seguidamente em 2005 sobre a Diocese e a Vocação, sob o título “da alegria de ser chamado à coragem de chamar”.

Centra-se este III Fórum na “Paróquia como lugar vocacional”. Somos todos nós convidados, como nos lembrava Paul Claudel, a “subir ao campanário da nossa paróquia e olhar a partir daí o mundo”. Neste campo específico da pastoral somos convidados a “olhar a partir daí o mistério e a realidade da vocação.”

Lembra-nos o documento da Conferência Episcopal Portuguesa “Bases da Pastoral Vocacional” no seu número 36 que “como sinal de unidade e de comunhão e lugar onde brotam as preocupações, necessidades e esperanças da comunidade cristã, o Conselho Pastoral Paroquial deverá na sua programação anual prever e promover que toda a pastoral seja vocacional.”

Queremos ir ao encontro desta convicção dos Bispos de Portugal e deste compromisso de renovação pastoral das nossas comunidades cristãs.

A paróquia nasceu de um consistente e organizado trabalho de evangelização, reunindo os cristãos em torno da Palavra de Deus, da celebração da Eucaristia e da partilha fraterna. Ela permanece, assim, desde o seu início uma referência de identificação, de fé e da vida, de tal maneira que é a um território paroquial que nos referimos quando dizemos donde somos.

Todos sabemos, também, que se vão delineando no horizonte da Igreja novas formas de pertença comunitária e de expressão e vivência da fé que não se compaginam com o conceito tradicional de paróquia e que anunciam novas realidades eclesiais a merecer e a exigir uma acrescida solicitude pastoral.

Ninguém estranha, porém, que seja ainda “a paróquia o lugar onde o extraordinário do dom recebido se faz vida ordinária”.

A Paróquia é na realidade um verdadeiro lugar vocacional e fonte de dinamismos de fé e de vocação. Nasceram na Paróquia e na Família muitos dos itinerários vocacionais de todos nós.

É urgente por isso que toda a Pastoral seja uma pastoral vocacional. Esta dimensão vocacional de toda a Pastoral constitui um dos maiores e mais criativos tesouros da Pastoral.

Importa ter um olhar novo e diferente para todos os agentes da pastoral que são sempre agentes de pastoral vocacional.

“Sonhamos, já o escrevi na mensagem para a Jornada Mundial das Vocações de 2006, com um tempo em que o mais normal seja a paróquia que faz surgir vocações a todos os níveis e não a paróquia onde só o pároco tem vocação, porque as famílias cristãs e as comunidades devem ser verdadeiros lugares vocacionais”.

Quantos dos agentes pastorais das nossas paróquias (catequistas, leitores, acólitos, ministros da comunhão, membros de grupos litúrgicos e de movimentos apostólicos) vivem atentos ao chamamento de Jesus, acalentando em silencioso e sereno encanto a hora de escalar o patamar da decisão, demoradamente rezada e amadurecida, para avançar num itinerário de beleza e de doação em ordem à vida sacerdotal, religiosa, missionária ou de consagração no mundo?

Sei que Deus em tudo é infinito. Também na paciência com que desculpa os nossos silêncios e perdoa as nossas distracções e os nossos desânimos neste mundo imenso das vocações. “Faz-te ao largo” – disse Jesus a Pedro; “Vem e segue-Me” – disse Jesus a Mateus; “Santo, Santo, para onde caminhas?” disse Jesus a Paulo. E assim surgiram Apóstolos e discípulos. Na escola do Mestre. Em itinerários vocacionais distintos e diversificados.

Assim, também hoje as nossas paróquias são lugar para ouvir esta voz, caminho para encontrar Jesus, itinerário para seguir o Mestre, santuário para implorar do Pai “trabalhadores para são lugar de gratidão e de esperança e berço de vocações de sacerdotes, religiosos e leigos na unidade e na comunhão da diversidade e da riqueza dos carismas das vocações.

Para nos ajudar neste Fórum termos o ambiente sagrado de Fátima, manancial de graça, de bênção e de vocação. Estamos aqui para rezar demorada e insistentemente.

“Ninguém estranha que as vocações floresçam onde se reza com fervor”, lembrava Bento XVI na Mensagem para a Jornada Mundial das Vocações de 2006.

Para nos incentivar neste Fórum temos a presença tão diversificada e enriquecedora de todos os participantes, das Igrejas Diocesanas que somos, dos Serviços de Pastoral em que damos o melhor de nós mesmos, dos Institutos de Vida Consagrada a que pertencemos e dos Movimentos Apostólicos em que trabalhamos.

Nunca me canso de imprimir esta cultura da verdade, do valor e da gratidão a todos quantos aqui e nas nossas Dioceses e Institutos somos rosto e vida, voz e testemunho do chamamento e de resposta, de vocação e de entrega, de fidelidade e de doação, em tantos itinerários já percorridos e em tanta generosidade e encanto nunca esgotados.

Espraiemos o nosso olhar crente e confiante por Portugal e pelo mundo e em todo o lado encontramos discípulos de Jesus nascidos nestes nossos lugares vocacionais que são as Paróquias do Minho ao Algarve, de Bragança aos Açores.

Para nos guiar nesta reflexão temos connosco o Pe. Amedeo Cencini, sacerdote conossiano, professor de Pastoral Vocacional em Roma. Um dos seus livros tem este inquietante título: “Vocação: da nostalgia à profecia”.

É neste caminho da “nostalgia à profecia” que ele nos vem encontrar para nos sentirmos chamados a viver a alegria da nossa vocação e a responsabilidade pela vocação dos outros. “ A paróquia é chamada a guardar, como um tesouro, a sua história, de modo a apresentar-se de novo como lugar central para a experiência da vocação” (Enzo Bianchi).

3 – Sem ostentação nem arrogância desejamos dar visibilidade a este Fórum partilhando testemunhos e vivências, mas sobretudo criando espaços de comunhão entre todos.

Sendo Fórum Vocacional destina-se naturalmente aos Secretariados Diocesanos das Vocações e aos Serviços de Pastoral Vocacional dos Institutos de Vida Consagrada.

Mas não nos detenhamos aqui. Não há Pastoral Vocacional sem um trabalho articulado, permanente e sustentado com a Pastoral Juvenil, com a Pastoral Universitária e com a Pastoral Familiar.

Em obediência a esta convicção e em articulação com a Comissão Episcopal do Laicado e Família e com o seu Presidente, D. António José Cavaco Carrilho convidamos para este Fórum os Coordenadores Diocesanos de Pastoral e os Responsáveis Diocesanos da Pastoral Juvenil e da Pastoral Familiar.

Queremos continuar a implementar no futuro este caminho de comunhão. Através destas importâncias pastorais é possível fazer chegar este espírito novo de uma Pastoral Vocacional integrada mais longe, mais rápido e melhor.

4 – Impõe-se desde já uma palavra de gratidão:

. A todos os participantes. A vossa presença é um incentivo para esta Comissão Episcopal e uma certeza de renovação da nossa Pastoral Vocacional;

. Aos Serviços do Santuário pelo acolhimento e aceitação de uma forma nova de em tudo e sempre que possível nos integrarmos nas actividades do Santuário;

. Às Irmãs Paulinas – pela colaboração atenta e criativa que nos dão, traduzindo textos dos Conferencistas convidados;

. Ao Serviço Nacional das Vocações que animou e construiu com a Comissão Episcopal, pela reflexão, partilha e trabalho este Fórum;

. À Casa da Juventude, ao Seminário do Bom Pastor e ao seu Reitor, Pe. Jorge Madureira, Secretário da Comissão Episcopal pelo trabalho competente e permanente que iniciativas destas implicam.

5 – Este Fórum insere-se num itinerário que quer ter unidade e continuidade: concretamente com o Simpósio do Clero de Portugal que aqui reuniu de 5 a 8 de Setembro, 417 Sacerdotes e 32 Bispos e com a Semana dos Seminários que vai realizar-se de 12 a 19 de Novembro próximo.

Do clima aqui vivido e dos compromissos aqui assumidos em comunhão de equipas, de comunidade, de paróquias, de institutos ou de dioceses resultará também muito do dinamismo a imprimir e do trabalho a realizar no futuro, a começar na próxima Semana dos Seminários.

6 – Ao ler os Planos Pastorais das nossas Diocese, as orientações programáticas dos nossos Institutos de Vida Consagrada e as Cartas e Notas Pastorais dos nossos Bispos sinto que as Vocações estão na ordem do dia, na vanguarda das preocupações e no centro da reflexão e da oração.

Dou graças a Deus. Esta é uma hora profética.

7 – Rezo com os Bispos Portugueses: “Que a Virgem Maria, a mulher orante, que na escuta de Deus soube dizer sim, seja modelo de disponibilidade total para aqueles que aceitam o projecto de Deus e geradora de vocações ao serviço da Igreja para a vida do mundo.” (Bases da Pastoral Vocacional)

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