Por que é que a Igreja diz não ?

«Por que é que a Igreja diz não ao aborto? Por que é que a Igreja diz não aos contraceptivos? Por que é que a Igreja diz não às relações pré-matrimoniais?

Por que diz não ao divórcio?
Por que diz não aos divorciados que querem receber a Comunhão ou ser padrinhos no Baptismo ou no Crisma? Por que diz não aos homossexuais e à masturbação?
Por que diz não à fecundação in vitro, aos úteros de aluguer, às mulheres que querem ser mães aos 60 anos ou ainda depois? Por que é que a Igreja diz não à eutanásia?»

UMA TERRÍVEL SENSAÇÃO

É verdade que tendes a sensação de que a Igreja diz sempre que não, e isto impede-vos de aproximar-vos tranquilamente da proposta de
«A verdade vos fará livres».
Jesus vida de Jesus.
Como é que a Igreja, que deveria ser a anunciadora dos sins mais fenomenais e estupendos que se possam sentir nesta terra, causa esta impressão?

IMAGINEMOS…

Imaginemos que alguns de vós não conhecem, realmente, o futebol. Os pais levam-vos a um treinador para que aprendais a jogar à bola. O treinador pensa que sabeis tudo acerca deste desporto, pois quando ele era criança todos sabiam o que é o futebol e praticavam-no.
Por isso, não se preocupa em mostrar-vos a beleza do jogo e a sua utilidade para a saúde. Não vos faz compreender que, precisamente, jogando futebol, podeis descobrir um pouco de vós mesmos, das vossas qualidades e das vossas limitações; e que vos ajudará a saber colaborar com os outros… Mas ele nada disto vos revela! O treinador limita-se a dizer-vos «não»: «Não se toca na bola com as mãos! Não se pode agarrar o adversário pela camisola! E, depois, metei bem na vossa cabeça: quem quiser jogar futebol não deve fumar, não deve deitar-se tarde e não deve de comer demasiados doces».
E continuará a proibir outras coisas. Isto também vale para vós, raparigas, se quisésseis aprender a dançar e encontrásseis uma instrutora que sóvos proibisse mits coisas, sem deixar-vos apreciar a beleza de voar nas pontas dos pés.

AS GRANDES MUDANÇAS

Neste ponto, o que pensaríeis do futebol? Muitíssimo mal Diríeis: «O que são todas estas proibições? Quero lá saber do futebol; os meus pais que o joguem e também o treinador que tanto proíbe».
Passemos à Igreja. Há 50-60 anos, a proposta cristã era «transmitida» pela família, pela sociedade local, pela escola e pelas tradições. E era aceite sem muitas discussões. A vida era, mais ou menos, sempre a mesma. Depois, com a industrialização, com as migrações em massa das famílias para a cidade, com a chegada da TV, tudo mudou. E, deste modo, sucedeu que as propostas de vida, fáceis e sedutoras, diferentes e contrárias às da Igreja, conquistaram as cabeça das pessoas e fizeram com que parecessem normais e correctos determinados comportamentos
que, anteriormente, eram considerados pecado.
Os pais cristãos, os padres, as freiras e os catequistas não compreenderam o terramoto que estava a acontecer na cabeça das pessoas e limitaram-se a recomendar (e, muitas vezes, até a impor) os comportamentos antigos: «Reza, vai à Missa, vai confessar-te, comunga, não faças isto, não faças aquilo…».

URGENTE, URGENTÍSSIMO

Mas a cabeça das pessoas, sobretudo dos adolescentes, instruídas por 36-40 horas de televisão semanais, já não compreendia «o porquê» daqueles comportamentos. E, agora, a Igreja arrisca-se a fazer figura de avozinha rabugenta, incapaz de compreender a beleza das coisas novas e teimosa em impor as coisas que se faziam antigamente. É inútil que os educadores vos imponham certos comportamentos. Não dá.
Devem encontrar o modo de apresentar a beleza da proposta cristã, de maneira que vós, livremente, a escolhais com todos os sins e todos os nãos que ela comporta. Se escolherdes jogar futebol, porque é um jogo que vos parece belo e útil, de bom grado aceitareis todas as suas regras.
Se a proposta cristã vos for apresentada em toda a sua beleza, não tereis medo de aceitar os nãos a ela vinculados. É urgentíssimo que a
Igreja faça desta maneira.

PESSOAS LIVRES

Não há uma Igreja que manda e cristãos que obedecem. A Igreja é a comunidade daqueles que, livremente, aceitam crer em Cristo e, juntos,
dar testemunho d’Ele.
Os cristãos aceitam dizer sim a tudo aquilo que faz crescer a capacidade de dar-se aos outros e torna construtivo todo o encontro entre
pessoas. E dizem não a tudo aquilo que faz o contrário.
Os sins da televisão são pequeníssimos e, muitas vezes, banais. E vós apercebeis-vos disso. Sem os sins verdadeiros, arriscais-vos a morrer
de insatisfação e desgosto, a estiolar-vos numa vida sem sentido. Mas é isso que, infelizmente, a crónica de todos os dias demonstra sem dó.

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