Acontece que, inesperadamente, desponta uma série de perguntas:Será a pessoa adequada para mim? Quando será o momento certo? Qual será o método mais seguro para «fazer amor» sem medo, sem consequências desagradáveis, sem apanhar a sida, sem pensar em mais nada, já que… não poderá haver mal nenhum, se nos amamos muito?
«Quando julgares que alcançaste a meta, olha para a frente e verás que ainda há muito caminho para andar».
Baden Powell
(pensamento enviado por Susan)
FAZER OU CONSTRUIR O AMOR?
Jovens, «fazer amor» não é como ir ao supermercado comprar coca porque «quereis muito» coca-cola. Fazer amor não significa divertir-se durante algumas horas com o seu rapaz ou a sua rapariga, satisfazer os seus prazeres e, talvez, esquecer-se durante uma semana daquele…
amor eterno. Fazer amor não é a tão decantada «prova de amor». Nem sequer basta que os dois o queiram ou «se sintam prontos» (aos 14 ou aos 16 anos?!).
O amor não «se faz»; o amor constrói-se juntos, numa relação estável de casal onde cada um e os dois crescem e amadurecem. Começar imediatamente a fazer amor não faz ganhar tempo. Não faz que se tornem melhores no amor. Precisamente por isso, o assunto «métodos seguros» e «contraceptivos» deve ser enquadrado num discurso mais amplo que vise o vosso crescimento como pessoas que estão a preparar-se para, no futuro, dar-se inteiramente uma pessoa à outra.
QUE PRECAUÇÕES?
Tomar precauções quer dizer querer defender-se para que não aconteça algo de mau e indesejado. Neste caso, mau e indesejado seria para a rapariga, ficar grávida; para o rapaz, tornar-se «pai» sem querer; para ambos, incorrer no «perigo» de gerar uma nova vida, de contrair doenças, talvez mesmo a Sida.
A pergunta: «Que precauções?» visa conhecer os chamados métodos anticonceptivos.
E justo conhecê-los, saber como funcionam, quais são as suas limitações, consequências e efeitos colaterais. Contudo, mesmo que se tivessem tomado todas as precauções para o «sexo seguro», ainda não se teria resolvido o problema mais importante: o sexo maduro, o verdadeiro, o amor.
QUAL É O MÉTODO MAIS SEGURO?
O método mais seguro para amar sem efeitos indesejáveis não está à venda, ainda não apareceu em nenhuma farmácia. É uma questão de cabeça e de coração. Está na capacidade de raciocinar, de manter a distância em relação às mensagens que instrumentalizam a necessidade
de amar e de ser amado, reduzindo-a (no caso dos adolescentes) a uma busca instintiva do prazer físico. A verdadeira precaução a tomar é contra o egoísmo. Isto é, contra um pseudo-amor, contra um amor reduzido a coisa pouca que acaba logo que o prazer termina,
que procura a satisfação unicamente para si, que não está disposto a gerar vida. Um amor estéril que é o oposto absoluto do amor que é dom de si.
Nenhum contraceptivo à venda tem a capacidade de tranquilizar a consciência e o coração. Compete-vos reflectir, serenamente, sem pressa de «fazer amor».
Quem ainda não pensou muito nisto irá arrepender-se amargamente ou acabará por reduzir todo o amor a um mero gesto.
MÉTODOS E MEIOS
CONTRACEPTIVOS
Falemos agora dos métodos naturais e dos meios contraceptivos. Os primeiros indicam o «percurso» que a mulher deve seguir para conhecer em que dias do mês o seu corpo é fértil e em quais não. Os segundos são instrumentos técnicos que visam eliminar a fertilidade.
Os métodos naturais
Os métodos naturais – conforme o significado da palavra – não implicam nenhum instrumento nem precisam de acções especiais, antes, durante e depois da relação sexual. Baseiam-se no princípio de que, segundo a natureza, a mulher não é fértil todos os dias do mês, mas só no momento da ovulação. O óvulo permanece activo, quando muito, durante 24 horas, enquanto a actividade do espermatozóide chega às 48-72 horas.
O método natural mais válido é o Método Billings (ou da ovulação) que se baseia na observação do muco servical (fluido viscoso presente nos órgãos genitais femininos). Aprende-se gratuitamente nos centros de aconselhamento com pessoas preparadas.
Este método dá valor à pessoa: permite-lhe conhecer-se melhor, não manipula o seu corpo e respeita o seu ritmo biológico, favorece a responsabilidade do casal em relação à vida.
Os métodos naturais são os únicos aprovados pela Igreja; mas, muitas vezes, são mal vistos e ridicularizados na nossa sociedade. Mas não será contraditório que, enquanto em todos os campos se luta pelo respeito pela natureza e pelos seus ritmos, se faça precisamente um discurso totalmente oposto acerca do corpo da mulher? Ou seja: se aconselhem e se defendam o mais possível os meios contraceptivos?
Os meios contraceptivos
A pílula é um conjunto de hormonas que bloqueiam a actividade da glândula hipófise para bloquear a ovulação. A pílula deve ser usada só por prescrição médica. Se não for tomada regularmente, não servirá de nada. Além disso, é necessário um controlo médico regular para vigiar o peso, a pressão e todas as outras reacções do organismo.
Então, a pílula faz mal? A mulher, em certos casos, sim. Às raparigas jovens pode provocar problemas. À nova vida que teria podido nascer, certamente que sim e para sempre: porque a elimina definitivamente (a pílula tem também função abortiva, se o óvulo tiver sido fecundado).
A pílula do dia seguinte. É tomada em doses fortes nos três dias seguintes à relação. Tem por objectivo impedir que o óvulo fecundado se implante. Portanto, tem um efeito abortivo.
O preservativo masculino (ou profiláctico) é um invólucro de borracha muito fina que se aplica ao órgão masculino antes da relação, para impedir que os espematozóides entrem no útero e fecundem o óvulo feminino.
O diafragma (ou preservativo feminino) é uma pequena membrana de borracha. É introduzida na vagina antes da relação e deixada durante oito horas depois da relação. Impede que o esperma penetre no útero. Deve ser receitada por um médico.
A espiral é um dispositivo que deve ser colocado pelo ginecologista dentro do útero, tornando-o «incapaz» de acolher o óvulo fecundado.
Nenhum destes meios contraceptivos descritos é 100% seguro. Talvez porque a vida seja mais forte do que a morte e do que todas as tentativas para acabar com ela…
NÃO BASTA CONHECER
Conhecer é um dever, mas não chega.
É justo que vós, jovens, conheçais os métodos e os meios contraceptivos, que faleis deles entre vós, com os vossos pais e educadores. Mas isso não significa que tenhais de experimentá-los, custe o que custar. Abster-vos voluntariamente das relações antes do casamento não é sinal de infantilismo ou de medo. Não sois beatos nem azelhas ou diminuídos! Aprendei a esperar.
A raciocinar com a vossa cabeça.
Aos 12, 15 ou 17 anos…, embora sintais que o vosso amor não é uma coisa banal, que o estais a construir com alegria e seriedade, é ainda
demasiado cedo para julgardes que estais a dar tudo, que é o momento certo. Olhai à vossa volta, para o mundo juvenil e adulto: será verdade que os rapazes e raparigas que fazem sexo são mais maduros, mais fiéis no amor, mais capazes de tornar alguém feliz? Os adultos que vos dão razão serão para vós um exemplo de figuras sólidas, realizadas no amor?