A capacidade de amar, por conseguinte, nasce das nossas veias, das nossas glândulas, do nosso corpo. É o instinto.Se um menino ou uma menina fossem abandonados ao norte e ao sul de uma ilha deserta, e passados 15 anos se encontrassem no meio da ilha sem nunca terem visto um ser humano, saberiam «reconhecer-se» como masculino e feminino sem nunca terem frequentado a escola.
Mas, imediatamente depois, a não ser que tivessem a pouca sorte de não gostarem um do outro, sentiriam a necessidade de pôr o cérebro em acção para descobrir o melhor modo de amar; enquanto à sua volta, os animais, na estação dos amores, se juntariam tranquilos seguindo o seu instinto.
É a necessidade de cada qual construir um «projecto» para amar. Um projecto que cada jovem pode fazer em parte por si próprio, procurando responder a algumas perguntas: Que espero eu do encontro com uma pessoa do outro sexo? O que é para mim a sexualidade? O que é para mim o amor? Que espero eu do amor? Como quero eu vivê-lo?…
Um projecto que se deverá tornar mais concreto e preciso através do confronto com as várias «culturas» sobre o amor, numa escuta crítica e inteligente daquilo que elas prometem e daquilo que conseguem efectivamente dar.
Gozar da maravilha e do encanto do amor que descobrimos em nós e, contemporaneamente, procurar os caminhos para obter não «amorzinhos»
de dois vinténs, mas tudo aquilo que o nosso coração, no mais profundo, pede ao amor: isto é fazer um projecto para amar.