As cinco lições mais importantes

A primeira é… partilhar. Sem partilha, a vida familiar é simplesmente  um acumular de individualidades egoístas. Partilhar é a essência do trabalho de grupo. Sem partilha não há “nós”. A partilha engloba tudo: o corpo, as emoções, os pensamentos, o tempo, o espaço e os objectos pessoais.

A segunda lição é a paciência. Cada pessoa move-se, cresce e evolui ao seu ritmo. Em qualquer campo: físico, emocional, intelectual ou espiritual. As pressões para andara pressa só trazem problemas.

A terceira é o agradecimento. É aprender a apreciar os membros da família pelo que são e pelo que fazem.

A quarta é a aceitação dos outros, exactamente como são. É importante conceder aos outros a mesma compreensão incondicional que cada um exige para si. É aprender a conviver com características do outro que nos podem chocar.

A quinta é o perdão. Nunca é fácil. Mas é a única possibilidade se se quer que o amor familiar dure ao longo do tempo.

 

Em tudo isto, a comunicação é essencial. O diálogo é a seiva vital, a energia da vida familiar. É intercâmbio de vida, a ponte entre realidades profundas que, se não se dá, correm o perigo de sumir-se na solidão. Nada provoca uma dor mais intensa que estar fisicamente juntos mas emocionalmente incomunicados.

Um diálogo sincero, olhos nos olhos, com calma e intensidade, é o instrumento necessário para descobrir as necessidades e os desejos recíprocos. E, sobretudo, para encontrar as soluções satisfatórias para todos. Porque não vão faltar os momentos difíceis e as divergências. E será vital aprender a usar a arte da negociação, graças à qual ninguém deve perder e ninguém deve ganhar.

Só assim se podem enfrentar eficazmente as mudanças imprevistas e as provas que, infelizmente, nunca faltam. Manter-se unidos nas sacudidelas da vida aprofunda a relação familiar.

 

O segredo da felicidade familiar é dar-se conta que o amor deve nutrir-se e alimentar-se com todas as realidades vivas. Cada componente da família deve dar tempo, atenção, esforço, cuidado à relação. Se, pelo contrário, se dá por descontado que continuaremos como estamos, é possível que a morte se aproxime.

Não basta oferecer alimento uma vez por ano nos aniversários. Há que fazê-lo sempre, dia a dia. Como um costume. É necessário experimentar e demonstrar o prazer de viver juntos, de recriar-se juntos, de divertir-se juntos.

 

Para que tudo possa funcionar, faz falta, por fim, uma sólida espiritualidade. No fundo a família é, acima de tudo, uma realidade espiritual.

 

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