Pode ser o grupo dos catequistas, pode ser o coro, pode ser a direcção dos escuteiros… Sabemos que dentro da Igreja devemos reger as nossas relações numa lógica de comunhão, de respeito. Acreditamos que o diálogo é a chave para nos entendermos. Mas… às vezes as coisas perdem o controlo e estalam os conflitos. E pior do que o conflito (que pode ter acontecido há anos atrás) permanece um clima de hostilidade e desconfiança.
Como lidar com isso? Aqui ficam cinco pistas que podem ser úteis.
Dica 1: Não o ignores
Há a tentação fácil de ignorar o clima podre da equipa na esperança (vã) que as coisas melhorem por si mesmas. A verdade é que, por vezes, não fazer nada para enfrentar o problema contribui para que ele cresça cada vez mais. A hostilidade é como uma pequena bola de neve que vai crescendo e provoca uma avalanche.
Ainda que custe, a solução passa por criar a oportunidade de dialogar francamente sobre o clima de hostilidade que se vive. Que todos possam tomar consciência que há algo que não está bem. Que todos possam dialogar calma e racionalmente.
Dica 2: Estabelecer acordos
Estabelecer algumas regras elementares, alguns pontos em que todos estejam de acordo, é um passo importante para curar o clima do grupo. Não são regras impostas pelo líder do grupo mas “verdades” em que todos estão de acordo. O papel do animador do grupo é estimular todos a descobrir aquilo que têm em comum, para lá das diferenças e das “razões” para a hostilidade. Exemplos podem ser o facto de todos estarmos aqui motivados pela fé… ou reconhecermos como verdadeiras as palavras de Jesus (perdoar setenta vezes sete… amai-vos uns aos outros, como Eu vos amei…).
Dica 3: Usar os acordos como pontos de apoio
Apesar de as pessoas concordarem com algumas verdades ou regras elementares, é possível que os velhos ódios e conflitos apareçam à superfície por tudo e por nada. Usa os acordos estabelecidos, aquelas verdades em que todos se revêm como argumento para contrariar as manifestações de hostilidade.
Dica 4: Criar uma linguagem comum
Os grupos podem e devem desenvolver uma linguagem comum que usam para lidar com as manifestações de hostilidade que aparecem. Pode ser um sinal ou uma palavra que se usa sempre que alguém detecta a presença de hostilidade. Isto deve ser um alerta para levar as pessoas a deixar de pôr as energias nos conflitos e na hostilidade e passar a preocupar-se mais com a tarefa e a missão que têm.
Dica 5: Concentrar-se no objectivo
Um grupo tem sempre um objectivo, uma tarefa a realizar. A hostilidade rouba energia. Gastamos tempo, sentimentos, forças a agredirmo-nos uns aos outros. Ou a protegermo-nos uns dos outros. Quando deveríamos estar a usar o melhor das nossas forças para chegar à meta que nos propusemos. Uma das tarefas importantes do animador do grupo é ajudar o grupo a recuperar o entusiasmo com o objectivo do grupo. Quando as pessoas se dão conta que estão a perder tempo, torna-se mais fácil mudar de atitude.