Bem, é assim que nos sentimos!
É só tristeza, depois de serdes abandonados? Não, é uma coisa muito diferente. Sobretudo, há uma sensação estranha que nos inunda os ossos, bloqueia o nosso ritmo diário e obriga-nos a dizer: «Mas que aconteceu?». Olhais-vos ao espelho e não vos reconheceis; as pessoas amigas falam convosco e nem sequer as ouvis.
Gostaríeis de sair, mas há alguma coisa que vos impede. E o desconforto da «ressaca», do abatimento que, muitas vezes, se segue a uma aventura mal sucedida.
«Não há amor desperdiçado».
Don Chisciotte
Contudo, deveis ser mais fortes do que o caruncho (pelo menos experimentai!).
Reagi (agora, vou mostrar que…) e fazei de modo que ninguém se oponha à vossa felicidade! Começais a sorrir o mais depressa possível, que o vosso coração precisa!
DE KO A OK
Depois de serdes abandonados, a vida continua.
Eis as etapas de uma caminhada inicialmente um pouco dolorosa, mas certamente útil.
A tragédia
Foi realmente um rude golpe, uma tragédia…
E foi de tal modo que o primeiro instante depois do choque («Olha, queria pedir-te que nunca mais nos víssemos») é constituído por sentimentos contrastantes, que rondam a nossa cabeça como vespas enfurecidas: incredulidade («Não é possível…»), ansiedade («E, agora, que vou fazer?»), raiva («E logo a mim…»), medo («Mas que mal fiz eu?»). A tragédia consiste precisamente nisto: pensáveis que tínheis construido com o vosso parceiro um entendimento perfeito (como dizem s publicidades) e, pelo contrario, encontrais-vos de mãos vazias, com
muita vontade de chorar e de fugir para longe e, possivelmente, sem compreender por motivo fostes abandonados/as.
A tomada de consciência
O «trauma» de se ser abandonado fecha-vos em vós mesmos. É o período «do ouriço»: se alguém vos toca, picais! É o momento em que, realmente, tomais consciência de tudo o que aconteceu: repensais palavras e gestos, encontrais-vos sós… e é deveras difícil saber consolar-se!
A tristeza
E a tristeza chega tão pontual, como o Sol todas as manhãs. Mas, agora, é uma tristeza especial. Agora vedes, em contraluz, de longe, com mais calma o que vos aconteceu.
E já não vos sentis capazes de entusiasmos fáceis e ingénuos.
O empacotamento
Chegou o momento de empacotar a história.
Alto lá! Mas não pode ser esquecida. Deve ser armazenada, preparada e gravada na cassete das experiências. Bem ou mal, embora não nos recordemos dela, ao viverdes estes quatro momentos tereis certamente amadurecido; tereis aprendido muito sobre vós próprios e sobre os outros.
Portanto, é justo que façais disso um tesouro para a próxima vez, para a próxima paixão, para o próximo amor.
Também porque a tragédia, a tomada de consciência e a tristeza são momentos: chegam, perturbam um pouco e afastam-se. Passado o temporal, ficais vós com a vossa juventude e com um coração que está pronto para renascer e amar.
AS SOLUÇÕES DO CORAÇÃO
• A vossa «história de amor» já acabou;
abandonai os desejos de vingança: não penseis mal da pessoa que, efectivamente, vos está a fazer sofrer. Esforçai-vos por serdes «positivos», por não vos deixardes abater.
• E, se ainda não vos passou o facto de terdes sido «abandonados», mudai de ponto de vista e dizei assim: «OK! Estou a sofrer, mas o que aconteceu já acabou: tornou-me mais consciente e abriu-me os olhos». Guardar as experiências significa precisamente isto: olhar com olhos límpidos para tudo o que viveis, pensando que nada acontece por acaso!
• Então, não estejais tristes: obrigai a dura experiência a fazer uma viragem positiva, antes que a recordação do que aconteceu se torne maior do que uma montanha. Ser abandonado/a pela rapariga ou pelo rapaz não é uma vergonha nem uma culpa nem uma condenação. Faz parte da vida. Dizei a vós próprios: «Mas, afinal, a montanha pariu um rato!».
• Olhai para dentro, olhai para o vosso coração um pouco maltratado e inspirai profundamente: o coração ainda palpita e, agora, mais fortemente do que nunca. Mas resistiu à tempestade, não se estragou e ei-lo pronto para conduzir-vos novamente para os caminhos do amor!