Algumas urgências

Gostava de partilhar convosco algumas opiniões sobre o que deveria-poderia ser a agenda do DNPJ nos próximos tempos. É apenas uma opinião de uma pessoa que se interessa por isto da pastoral juvenil. É um pouco mais séria do que um “bitaite” mas não nasce de um estudo científico aprimorado.

1. Disponibilidade e competência

O responsável do DNPJ deve ter a competência mínima adequada ao quadro e uma disponibilidade full-time. Dizer, por actos, que a gestão, a nível de CEP, destas questões da pastoral de jovens se pode fazer com as sobras de tempo e de disponibilidade pastoral de alguém, é ignorar atrozmente os desafios que enfrenta a evangelização dos jovens.

Há que definir um bom modelo de acessoramento para o responsável do DNPJ. O modelo anterior suponha duas equipas de apoio. Uma equipa executiva que levava os aspectos práticos do DNPJ e apoiava nos eventos organizados pelo DNPJ e uma equipa pastoral que apoiava na reflexão pastoral. Penso que é uma fórmula que pode funcionar. Mas admito que sou suspeito por ter integrado uma dessas equipas.

2. Continuar as boas práticas

Há algumas tarefas a que o DNPJ já nos habitou a ter bons desempenhos. Haveria que não descair:

 

3. Apoiar a formação e qualificação dos responsáveis e equipas diocesanas de PJ

O DNPJ, pelo princípio de subsidiariedade, poderia ter um papel mais activo na qualificação dos responsáveis e equipas diocesanas. É urgente ultrapassar a alta velocidade de rotação de responsáveis em algumas dioceses. É urgente dar às pessoas envolvidas as bases mínimas para se poderem orientar no contexto diocesano.

4. Tirar os corolários do modelo de iniciação cristã

 Formalmente o DNPJ está integrado no Secretariado do apostolado dos leigos e família. Isso denota, de algum modo, a convicção que os “jovens” são uma unidade orgânica que, depois da catequese da infância e adolescência, se identifica com a Igreja e com a sua missão. Pois… uma atenção mínima mostra facilmente como as coisas não se passam bem assim.

Vários documentos dos bispos portugueses vão divulgando o modelo da iniciação cristã. É um  modelo que reconhece que a caminhada até à fé adulta é longa e exige etapas diferenciadas.

Uma das tarefas que deveria entrar em agenda é a necessidade de diferenciar pastoralmente a pastoral juvenil. Há muitos jovens que são completamente triturados pela sociedade alienada e manipuladora em que vivemos e que nunca tiveram a hipótese de contactar com os sinais de presença do Reino que a Igreja faz. Há outros que não tiveram acesso ao primeiro anúncio e que ainda não se converteram a Cristo e à sua proposta de vida.

5. Ser o interface da CEP com o mundo dos jovens

Um dos papéis do DNPJ deveria ser o de trazer para a CEP o mundo dos jovens, as suas alegrias e esperanças, angústias e desafios. Dos jovens todos e não apenas daqueles que se fazem presentes nos nossos eventos ou nas nossas celebrações. E deveria aportar à CEP o sentir e o agir de todos os que em Portugal fazem pastoral com os jovens.

Deveria ser um interface bidireccional, trazendo para todos os que fazem pastoral juvenil o sentir da CEP, os seus documentos, as suas propostas e prioridades.

6. Estimular a inovação

Todos sentimos que a PJ está numa situação difícil em Portugal. Os desafios parecem mais fortes que os recursos. Essa situação só se pode alterar com o cultivo de uma postura de generosa criatividade e inovação. Sendo certo que muitas das estruturas diocesanas estão muito ocupadas em questões de gestão corrente poderia ser um serviço útil se o DNPJ se assumisse como um factor de inovação não só promovendo-divulgando iniciativas com elevado potencial pastoral mas acima de tudo criando uma cultura que valoriza a inovação e a criatividade na fidelidade ao Evangelho.

 

 

 

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