Já te aconteceu que alguém que trabalha menos do que tu recebe mais do que tu? São situações difíceis de aceitar.
Mas sabes que mais? É assim que Deus trata os seus empregados. Não estou a dizer que Deus seja injusto, ou que Deus não defenda salários justos. O que acontece é que Ele olha para o coração e consegue julgar-nos como nós nunca poderemos.
O Evangelho deste domingo aborda o tema da nossa recompensa e da atitude que temos. Jesus usa a analogia de um patrão (Deus Pai) e dos seus trabalhadores (nós). O patrão começa o dia procurando pessoas a quem contratar e continua a convidar trabalhadores ao longo do dia. Contrata de madrugada, às nove da manhã, ao meio dia, às três da tarde e, finalmente, às cinco da tarde, mesmo antes do trabalho acabar.
O dia e as diferentes horas do dia representam as nossas vidas e as etapas que atravessamos. Algumas pessoas respondem cedo ao convite de Deus; outros só no final da vida aceitam as propostas de Deus.
Vemos também que o patrão não faz tudo sozinho; Ele quer a ajuda de outros. Estes trabalhadores, livremente, entram em acordo com o patrão. Como esses trabalhadores, nós entrámos numa relação com Jesus e Ele oferece-nos vida em abundância, vida eterna.
No final do dia de trabalho, o capataz (os anjos) recebe a tarefa de pagar aos empregados. Ao receberem, os que começaram mais cedo queixam-se que receberam a mesma paga que os últimos (Como é que estes preguiçosos estão a receber o mesmo que eu?)
O que Jesus nos tenta dizer é que a casa do Pai está aberta a todos os que quiserem entrar. A fé leva-nos até à bondade de Deus, em qualquer momento da vida. Mesmo que durante anos tenhamos andado distraídos ou presos pelo pecado.
Quem viveu uma vida de santidade ao longo da sua vida não se deve aborrecer quando um pecador recebe a mesma recompensa. Aliás, Deus vai alegrar-se ainda mais com esse pecador que se converte à última da hora.
E a alegria do pecador convertido é também grande ao conseguir superar a escuridão do pecado.
Espero que ninguém tenha a ideia de começar agora a pecar, para nos convertermos depois… Isso seria transformar a relação com Deus numa mera compra e venda.
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Para debater com os adolescentes
1. À primeira vista, parece que Deus tem uma postura “injusta” face a algumas pessoas (o patrão não quis pagar mais aos que trabalharam mais). Como é que este patrão consegue justificar pagar o mesmo a todos?
2. Já te aconteceu queixares-te a Deus no mesmo tom dos trabalhadores da primeira hora? Descreve essa experiência.
3. Como responder a uma pessoa que te diz: “Vou continuar na minha vidinha cómoda porque sei que Deus me vai perdoar no sacramento da confissão, mesmo sabendo que estou errado”?