6. Meditação
O fim do mundo é o amor que ama. Sim, meus irmãos, o fio de ouro, a filigrana, que atravessa a história, é o amor. É o que fica do que passa. É, portanto, o amor que julga, isto é, que põe em crise, a nossa história e a nossa vida vã e banal. O fim do mundo é o amor que ama. Quero dizer: aquilo que põe fim ao meu mundo vão e banal é o amor que ama, e, porque ama, é pessoal, é uma pessoa, é Deus que vem, amando, e me faz ver, amando-me, como eu tenho andado distraído e enganado, que nem tenho reparado no seu amor! Cantai, pois, um cântico novo, que tenha a idade e a fidelidade do amor, ao Deus que vem para julgar amando, e renovar, sempre amando e acariciando, a terra do nosso coração (Dom António Couto).
7. Oração
Invoco, Senhor, a flor de luz, a graça da manhã quando se desfaz o sono como um coágulo de sangue escuro: o amor da vida torna a resplandecer nas árvores e na lama. Ervas entre os escombros do mundo que replasma as suas formas, rendo-me à antiga avidez de florescer para sempre sobre o eterno morrer. Adriano Grande
8. Contemplação
Viver a história na História.
De olhos abertos saber deslumbrar-se pelo essencial.
O elenco de terramotos que se sucedem são sinais visíveis do acontecer final.
Permanecer em silêncio na admiração das coisas de Deus é viver o fim.
É nesta epifania que acontece a aparição de Deus.
Poema
Final
“Vi, depois, um novo Céu e uma nova Terra,
Porque o primeiro Céu e a primeira Terra
haviam desaparecido, e o mar já não existia”. Ap 21,1
Todos chegam àquela pátria mãe
Por caminhos errantes da história:
Com projetos de vida e salvação,
Todos de mãos dadas, à mesma hora.
Chegam reinos da justiça e da verdade,
Caminheiros, peregrinos ao monte Sião.
Sobem o monte Horeb e o monte Tabor,
Chegam marcados pelas obras de amor.
Crentes no Senhor, hinos a Deus cantai,
Como um fio de água subi oceanos,
Dai graças ao Rei dos céus e louvai.
Deixaste na terra fragilidades,
Chegaste à pátria onde já estiveste,
Aos novos Céus à nova Terra celeste.
“Se não houvesse referência
ao Paraíso e à vida eterna,
o Cristianismo reduzir-se-ia a uma ética,
a uma filosofia de vida” .
Papa Francisco