Lectio divina: 33º Domingo Comum (ano C)

Ao aproximarmo-nos do final do Ano Litúrgico, a Palavra de Deus traz grandes novidades para o homem.

É o dia do fim. Fim de Jerusalém, fim do universo, fim da minha vida. Dois projetos que se juntam: o projeto da vida e o projeto da salvação. Toda a história da humanidade tem a sua realização plena no encontro dum novo Céu e duma nova Terra (ver Poema – Final). O tempo de hoje é um tempo de espera, um tempo de profunda esperança, já realizada no tempo presente. Por isso estamos, em cada Eucaristia, “aguardando, em jubilosa esperança, a última vinda de Cristo Salvador”. O que Jesus nos pede no Evangelho é sermos testemunhas deste novo reino. Ele mesmo nos dará a palavra de sabedoria e de fortaleza para sermos fiéis até ao fim. Paulo ensina-nos a trabalhar para a realização deste reino. Bom Domingo.
1. Introdução
Hoje, a palavra de Deus traz grandes novidades para o homem. É o dia do fim. Fim de Jerusalém, fim do universo, fim da minha vida. Gostaríamos de ter datas, maneira de vencer a angústia humana que nos desinstala. É um fim que nos leva ao Mistério Pascal. Recorda-nos a Sexta-feira Santa mas também a Páscoa da Ressurreição. Não semeia o terror mas a morte como passagem para Deus. De facto, perdemos interesse em saber ‘de onde’ viemos, para valorizar o ‘para onde vamos’. Por isso estamos, em cada Eucaristia, “aguardando, em jubilosa esperança, a última vinda de Cristo Salvador”.
2. Malaquias 3, 19-20a
2.1 Texto
Há de vir o dia do Senhor, ardente como uma fornalha; e serão como a palha todos os soberbos e malfeitores. O dia que há de vir os abrasará – diz o Senhor do Universo – e não lhes deixará raiz nem ramos. Mas para vós que temeis o meu nome, nascerá o sol de justiça, trazendo nos seus raios a salvação.
2.2 Intervenção de Deus na história
Esta intervenção apocalíptica “dia do Senhor, ardente como uma fornalha”, é a festa, a vitória do amor de Deus que vem concluir a história da humanidade e abrir janelas para uma outra história, a da eternidade. Define-se destruidora para os ímpios e salvação para os que são fiéis aos projetos de Deus, os que celebraram as bem-aventuranças na sua vida. Esse dia final de Deus será, para estes, o dia do verdadeiro amor.
3. Salmo 97 (98), 5-9 (R. cf. 9)
Uma festa à vinda do Senhor. Num belo hino de louvor a Deus, o Salmo 98 convida o homem para uma grande festa, trazendo com ele todas as criaturas: o mar, as montanhas, os rios. É uma grande orquestra que executa, em diversos andamentos, a sinfonia sagrada, porque “o Senhor que vem julgará o mundo com justiça e os povos com equidade”.
4. 2 Tessalonicenses 3, 7-12
4.1 Texto
Irmãos: Vós sabeis como deveis imitar-nos, pois não vivemos entre vós na ociosidade, nem comemos de graça o pão de ninguém. Trabalhámos dia e noite, com esforço e fadiga, para não sermos pesados a nenhum de vós. Não é que não tivéssemos esse direito, mas quisemos ser para vós exemplo a imitar. Quando ainda estávamos convosco, já vos dávamos esta ordem: quem não quer trabalhar, também não deve comer. Ouvimos dizer que alguns de vós vivem na ociosidade, sem fazerem trabalho algum, mas ocupados em futilidades. A esses ordenamos e recomendamos, em nome do Senhor Jesus Cristo, que trabalhem tranquilamente, para ganharem o pão que comem.
4.2 Apologia ao trabalho
S. Paulo traz uma energia nova a todos os que fazem da sua vida dedicação, empenho, trabalho com intenção de amar. Amassar a farinha, regar as plantas, varrer a casa, lançar a semente à terra, alimentada e regada, meandros do amor que como incenso sobem até Deus. Este o ritmo para esperar a vinda do senhor.
5. Lucas 21, 5-19
5.1 Texto
Naquele tempo, comentavam alguns que o templo estava ornado com belas pedras e piedosas ofertas. Jesus disse-lhes: «Dias virão em que, de tudo o que estais a ver, não ficará pedra sobre pedra: tudo será destruído». Eles perguntaram-Lhe: «Mestre, quando sucederá isto? Que sinal haverá de que está para acontecer?». Jesus respondeu: «Tende cuidado; não vos deixeis enganar, pois muitos virão em meu nome e dirão: ‘Sou eu’; e ainda: ‘O tempo está próximo’. Não os sigais. Quando ouvirdes falar de guerras e revoltas, não vos alarmeis: é preciso que estas coisas aconteçam primeiro, mas não será logo o fim». Disse-lhes ainda: «Há de erguer-se povo contra povo e reino contra reino. Haverá grandes terramotos e, em diversos lugares, fomes e epidemias. Haverá fenómenos espantosos e grandes sinais no céu. Mas antes de tudo isto, deitar-vos-ão as mãos e hão de perseguir-vos, entregando-vos às sinagogas e às prisões, conduzindo-vos à presença de reis e governadores, por causa do meu nome. Assim tereis ocasião de dar testemunho. Tende presente em vossos corações que não deveis preparar a vossa defesa. Eu vos darei língua e sabedoria a que nenhum dos vossos adversários poderá resistir ou contradizer. Sereis entregues até pelos vossos pais, irmãos, parentes e amigos. Causarão a morte a alguns de vós e todos vos odiarão por causa do meu nome; mas nenhum cabelo da vossa cabeça se perderá. Pela vossa perseverança salvareis as vossas almas».
5.2 Futuro dum projeto divino
Jesus parte dum dado histórico, o da ruína de Jerusalém para traçar o futuro dos seus seguidores. Faz-lhes ver como tudo é caduco: passam impérios, belezas arquitetónicas, objetos luxuosos. Fica no ar a pergunta cuja resposta tanto agradaria ao ser humano: “Qual será o sinal e quando será o fim destas coisas? ” Jesus não diz a data mas explica os comportamentos de novas formas de vida quando os cristãos forem perseguidos. O importante não será como defender-se de seus perseguidores, mas como dar testemunho da sua fé. A palavra de Jesus é de encorajamento. A própria linguagem apocalíptica é de conforto, de consolação e de perseverança: esperar o Senhor que vem e nós estaremos com Ele.

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