Há um vento que vem de fora que os faz oscilar,
há um ciclone que vem de dentro que os arranca, e os lança por terra.
A esperança fica ferida.
O ser fica egoisticamente isolado na sua ilha,
o bem comum se desvanece.
Porém, Deus está no ser fragmentado, nas cinzas, no pó do caminho,
na fome escondida, nos novos e velhos pobres.
E Ele vem para refazer a esperança.
Há que voltar a semear, uma e outra vez, sem estar à espera de resultados práticos, mas com a certeza que os frutos surgirão.
Há que partir em naus do futuro à descoberta das riquezas ocultas, em terrenos sagrados. (A luz que vem do outro pode dar coragem para eu abrir a minha janela interior.)
Há que ser radical e ir às raízes, aos valores que as sustentam, que nos alimentam a fé.
Temos que agir com esperança.
Refazer a aliança com os outros, cooperar, erguer projectos de paz, desenvolvimento, de promoção da dignidade humana, de mãos dadas.
Refazer a aliança com Deus, para voltar a beber do puro amor.
Então as cores serão quentes, os aromas intensos, os sons harmoniosos e a vida será como o sonho mais belo que Ele, um dia, sonhou para cada um de nós.