Quando a manifestação é «amarga»

«Diante da escola, alguns indivíduos convi­daram-nos a não entrar, a fim de participarmos numa manifestação pela paz.
O dia estava maravilhoso e não havia grandes dúvidas: abaixo a escola, viva a paz. Porém, que desilusão! A maior parte dos meus companheiros meteu-se nos bares e nas salas de jogos. Eu encontrei-me no meio de uma multidão de pessoas a gritar «slogans» não meus, e nada pacíficos. Que desilusão! Eu amo a paz e acho que é o maior bem, mas não estou certa se contribui para a paz, faltando à escola.
Que se deve fazer nestes casos?».

Viva a paz das 8… às 13

Que hei-de dizer? Não simpatizo com quem se compromete pela paz apenas das 8 às 13, durante o horário das aulas. Conheço muitos desses indivíduos — eles e elas — que se entusiasmam pela paz (ou por outros nobres valores)… desde que não se lhes peça nada à tarde ou nos dias de férias.
Como, actualmente, é difícil organizar manifes­tações imponentes que mereçam a atenção dos telejornais, todos vão bater à porta dos estudantes. Estes, se não entram na escola, não perdem o ordenado, dão uma alegria não confessada aos professores, que têm tantas coisas para fazer nessas horas providencialmente livres, não arriscam nada, nem sequer os protestos dos pais, que aceitam facilmente o argumento: «Foram todos! Não viram na televisão?»
Há poucos motivos para satisfação! Até os «glo­riosos» sindicatos são obrigados a organizar mani­festações nas horas que menos prejudiquem o tempo livre dos trabalhadores, para conseguir um número que não faça rir os adversários! Compreendo per­feitamente o amargo de boca dos jovens mais sen­síveis, que se sentem atraiçoados nos seus ideais mais belos nestas manifestações matinais.

Manifestações, sim ou não?

Não é fácil dar uma resposta que sirva para todos os casos. Apesar disso, damos algumas orientações que não pretendem nem devem servir de receitas.
É indispensável procurar não nos encontrarmos totalmente impreparados ante as solicitações dos «organizadores das manifestações». Com um pouco de atenção, consegue saber-se com antecipação o que se está a preparar, quais os objectivos da iniciativa e de quem parte.
Seria uma boa ideia, na véspera, ter uma con­versa com os pais.
«Mas eles dizem sempre não a tudo! Não fazem senão repetir: eu participei em tantas manifestações e não serviram para nada!»
Por vezes é assim, mas falar tem sempre inte­resse. Pode acontecer que o vosso pai, tendo lido os jornais, tenha alguma informação a dar.
Se a manifestação não é séria: anuncia uma fina­lidade (a paz) mas, na realidade, procura uma outra (os interesses de um partido). Se não estais de acordo com as finalidades e o estilo de manifestação ou se, sobre­tudo, os organizadores não vos merecem confiança, porque os conheceis como malandros, não aderis.
«É uma opinião!» Eu sei! Até porque pode acon­tecer que, porque não fostes, vos encontreis na sala de aula apenas uns dois ou três e suportais a ira do professor que ficou sem a manhã livre.
Mas ainda está por descobrir uma escolha séria e construtiva que não exija sacrifício.
Se julgais que não é prudente entrar na escola, ide estudar para casa. Não perdereis a manhã e a vossa consciência ficará em paz.

Um contágio benigno

Estais convencidos que é justo manifestar-se em favor da paz? Estais disponíveis para sacrificar também as vossas tardes? Se a resposta é sim, participai na manifestação e, mesmo que haja quem se escapa para os bares ou brinca, fazei de modo que essa manhã faça crescer em vós o amor pela paz.
Estou convencido que também a manifestação em favor da paz, que nasceram mal ou foram favo­recidos no último minuto com o entusiasmo… pelas férias, podem servir para inculcar o amor pela paz.
O amor pela paz é contagioso e acaba por influenciar os que começaram por brincadeira ou por outros motivos.
Se uma manifestação em tempo de aulas pode servir para nos tornar mais pacíficos… paciên­cia! É um dos casos em que se junta o útil ao agra­dável.

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