É a admiração que, diariamente, renova os sentimentos.
A admiração é como um par de óculos com lentes especiais que, em cada dez segundos, mudam de cor e pintam tudo de novo.
Admirais-vos das emoções que viveis? Sim? Então, tendes um coração jovem.
E, se ele for ainda jovem, será sinal de que podereis e devereis amar muito. E quem ama muito, cedo ou tarde, encontrará a felicidade!
«É mágica a mente onde nasce a curiosidade de mundos submersos ainda por descobrir».
Litfiba
A ADMIRAÇÃO DO CORPO
Pois, então, comecemos precisamente pelo corpo. Nos últimos tempos, novos arrepios vos percorrem a espinha dorsal quando encontrais uma amiga ou um amigo especial. O coração começa a bater como um louco e o rosto fica vermelho.
E vós, estúpidos e preocupados, principiais a dizer baixinho: «Mas o que é que me está a acontecer?». Pois é: fostes atacados por uma doença estranha e exaltante, uma doença que se chama Amor (ou «flirt», ou paixão, conforme a intensidade e o momento). E, assim, graças à admiração provocada pelas novas reacções do vosso corpo, eis descoberta uma nova galáxia da vossa adolescência.
As sensações do corpo, as suas reacções e os seus ritmos, não vos devem meter medo nem envergonhar-vos. Pelo contrário, devem recordar-vos que o coração, o cérebro, a alma e o corpo não viajam em veículos separados, mas formam conjuntamente o comboio do amor. Fingir que não é nada («O coração bate fortíssimo, mas não há motivo absolutamente nenhum») é quase como acreditar que um quadro maravilhoso poderia ser admirado de olhos fechados.
A ADMIRAÇÃO DO MOMENTO
QUE PASSA
Com toda a certeza que já ouviste citar esta expressão: «Carpe diem» («O momento que passa»), isto é: «Agarra o momento» ou, então, «Cada momento é único, irrepetível e deve ser vivido como tal». Estas frases, que muitos têm gravadas na cabeça, não estão minimamente erradas. A admiração do momento que passa significa precisamente isto: estar sempre pronto a viver com intensidade, mesmo as coisas mais pequeninas, a «descobrir» o que está a acontecer em cada instante. Se não souberdes sempre admirar-vos, passado pouco tempo cansar-vos-eis de andar à roda de mãos dadas com as pessoas de quem gostais…, porque a mão é sempre a mesma, a pessoa é sempre a mesma, a cidade é sempre a mesma…, tudo é sempre o mesmo… E raciocínio idêntico podereis fazer com os beijos, com os abraços…
Ora, o ideal é mudar de perspectiva, ver as coisas de outro ângulo. Então, admirar-vos-eis de passear de mão dada. Porque a mão não será apenas um prolongamento da outra pessoa, mas, sobretudo, o símbolo de um sentimento que, os dois, ides construindo a cada instante. Porque o abraço não será a saudação do costume que encerra o serão, mas a prova de que, naquele momento, desejais transmitir uma determinada sensação. Tudo se renova, tudo muda de cor, tudo é esplêndido! Viva a admiração!
ADMIRAÇÃO DO OUTRO
Até que enfim, chegamos! Até agora tínheis descoberto a dmiração que parte de vós: do vosso corpo e de vosso coração. Mas o disco não roda, se não o ligarmos à corrente. Por outras palavras, a maior admiração é a que se experimenta diante da beleza, da novidade do Outro. E no Outro compreendereis quem desejais: um amigo, o rapaz, a rapariga, Deus. Admirar-se do Outro é descobrir que tem riquezas que nunca acabam.
É nunca aborrecer-se da sua presença. É alegrar-se com os seus dotes positivos e aceitar os seus defeitos, as suas dificuldades. É falar juntamente com ele/a a linguagem do Amor. Aquele amor que não é feito de ciúmes, de «Eu tenho razão», «Deves olhar só para mim», «Não
posso viver sem ti», mas de «Caminhemos, de mãos dadas, porque temos coisas belas a oferecer um ao outro».
Admiraste-vos bastante. Força, então, e não deixeis escapar sequer um instante da vossa vida sem exclamar: «Oh!».