E de perguntar a si mesmos, com receio e desejo: Por que temos de esperar para ver se gostamos muito um do outro? O que há de mal, quando dois se amam? E que devo fazer, se o meu rapaz quer alguma coisa mais? Será justo reprimir os nossos instintos? Não me prejudicarei
com isto?
O MOMENTO CERTO
Que fazer? Resistir aos impulsos, ao rapaz, aos amigos que nos contam as suas experiências e fazem com que nos sintamos «crianças» ou «experimentar», talvez sem chegar até ao fundo.
«Conserva-te para ela, pequeno como ela se conserva para ti, Eu guardar-vos-ei um para a outro».
Michel Quoist
Sexual não é uma prova de amor. É, sim, uma componente do amor, embora, com toda a certeza, não o demonstre nem torne mais verdadeiro. Não vos fieis em quem vos pressiona, vos enche de prendas e, depois, só visa a relação sexual. Não é amor aquilo que pretende de vós, através da chantagem. A pessoa que ama sabe respeitar e esperar. Segunda resposta: não farás mal a ti mesma nem ao outro, se respeitares a tua a e sua verdadeira natureza. Mas farás mal se te banalizares, se te aviltares, se optares por não escolher e deixares correr.
As outras respostas às tuas interrogações, podes encontrá-las dentro de ti, se não tiveres medo de tas fazeres a ti próprio/a, isto é, de te pores em discussão. São respostas que tu podes descobrir e que só tu podes trazer para a luz nas opções de cada dia, nos sins e nos nãos, de que
assumes a responsabilidade.
PREPARAR-SE PARA AMAR
Tenta pensar nos campeões do desporto que tanto admiras. Treinam-se duramente, todos os dias, para alcançar um bom resultado. Assim também acontecerá contigo, se frequentares um ginásio e obedeceres ao teu treinador que sabe onde te quer levar. Se é assim com o desporto, muito mais será com o amor. Em cada actividade empenhativa e de valor (o desporto, os estudos e os desafios), o homem entrega-se inteiramente, mesmo à custa de muitos sacrifícios.
E o resultado é tanto mais satisfatório quanto mais duras forem as dificuldades superadas.
FAZER AMOR OU AMAR
Já talvez tenhas reparado que, na linguagem comum, se diz sempre «fazer amor», como se o amor de pudesse «fazer», como se o corpo fosse o protagonista nestas coisas. Mas a verdade é que o corpo apenas só exprime o amor e, muitas vezes, nem sequer o consegue. Seria, então, mais exacto falar de atracção sexual e não de amor, de necessidade do corpo do outro e não da sua pessoa, dos seus pensamentos, desejos, sonhos, ideias… Muitas uniões acabam por romper-se porque os dois conheceram-se unicamente a nível físico. «Fizeram amor» sem verdadeiro amor.
A LONGA CAMINHADA DO AMOR
Só algumas sugestões para a tua caminhada de amor. Depois, serás tu quem deve enriquecê-la, dar-lhe um nome, personalizá-la.
Quando dois adolescentes estão juntos e gostam um do outro, têm muitas coisas que fazer, descobrir, aprofundar e experimentar, em suma, têm muito que viver! Estão precisamente no tempo ideal para libertarem-se do egoísmo, para aprender a dialogar, a aceitar-se, a dar-se,
a esperar, mas de modo construtivo e criativo. Para se tornarem o melhor do que são chamados a ser, de maneira a poderem dar-se definitiva e completamente, quando for o momento do «sim» total e para sempre.
Muitas vezes, ouve-se dizer: «Até onde posso chegar?». Podes ir até aonde chegar o teu amor. Não aonde chega o teu desejo, a tua paixão. Aonde chega o coração que sabe o que é o amor e que, por isso, não troca por nada que não seja o amor. Há ocasiões, em que até um beijo é demais, se o coração não tiver chegado lá.
O AMOR NÃO É UM JOGO
Não, absolutamente nada. Não se brinca a fazer amor. Nem se brinca às descobertas do corpo do outro. O amor, o amor verdadeiro quer ser tratado com respeito. Não é «uma coisa porca», de que devamos envergonhar-nos, nem um assunto sobre que se possam realizar experiências. O amor é uma coisa bela e séria e deve ser tratado como tal.