Exemplo: a experiência de tentar viver na fé a sexualidade (para dar exemplo de uma questão frequente) não é a mesma aos 16 e aos 25 (espero eu!). O que acontece se colocarmos um grupo “corredor” heterogéneo a trabalhar sobre isto? Das duas uma: ou se procura um diálogo “objectivo”, em que todos abdicam das suas experiências e vivências (a dimensão subjectiva) ou algumas experiências abafam outras. Pode-se tentar negar este meu argumento, dizendo que “os mais novos aprendem com os mais velhos”… É verdade, até certo ponto. Mas o modelo de PJ que defendo, diz que os mais “novos” têm direito a ser mais novos, a ter as suas próprias experiências, a elaborar, eclesialmente, as suas próprias sínteses, ao seu ritmo.
É evidente que não vale a pena procurar construir grupos absolutamente homogéneos. Inviável e inútil. O que digo é que a partir de certo ponto a heterogeneidade dentro do grupo impossibilita o diálogo e a partilha. O modelo “sala de estar” defende melhor a qualidade de comunicação e aprendizagem dentro do grupo.
Poderia ser interessante pensar nesta óptica a prática dos escuteiros. Como se sabe, cada secção tem 4-5 anos de duração: lobitos (6-10); exploradores (10-15);Pioneiros (15-18); caminheiros (18-22). Dentro de cada secção organizam-se as unidades, pequenos grupos (bandos, patrulhas, equipas). Se bem me lembro, cada agrupamento pode usar vários modelos para estruturar as unidades. Podem ser em co-educação ou separadas por géneros; podem pedir homogeneidade de idades ou podem preferir um modelo “vertical” em que coexistem, na mesma unidade as várias idades. Estas várias possibilidades mostram que a questão não é simples. E tem muito que ver com o modelo educativo escutista e com o tipo de “objectivos” que estão em jogo.
Mas se repararem não é possível ter um jovem de 16 anos (pioneiro) com outro de 22 (caminheiro em idade de partida)