Que entendimento de grupo?

O grupo como "sala de estar". Será esta a perspectiva que o P. Rui Alberto tem sobre o grupo na Pastoral Juvenil? (retirado do blog Alfa-Omega)

Eu tenho vindo a defender a existência de grupos fortemente coesos. Com uma alta estabilidade dos elementos. Alguns animadores (ali e em muitos sítios) defendem uma ideia diferente (e que é prática corrente em muito sítio) em que o grupo é uma realidade muito aberta onde se entra e sai numa rotação relativamente levada. Este modelo imagina que o jovem entra a uma certa idade, se mantém no grupo durante alguns ano e depois o abandona. E este processo vai-se mantendo em contínuo. Isto leva a que num mesmo grupo coexistam pessoas de idades muito diferentes, normalmente entre os 15-16 e os 20 e tal anos. Eu posso representar este modelo com a imagem do corredor de passagem. Um grupo assim é como um corredor de passagem onde se entra de um lado, se leva algum tempo a fazer o que há a fazer e se sai pelo outro lado. Em cada momento há um determinado número de pessoas dentro do corredor (grupo) mas em que os tempos de permanência no grupo são muito diferentes.
Eu defendo um outro modelo que pode ser representado pela imagem da sala de estar: há um grupo de pessoas (mais ou menos sempre as mesmas) que se mantêm na sua tarefa (os objectivos do grupo) com uma certa constância.
Claro que não defendo um grupo-seita em que não se pode entrar ou do qual não se pode sair. Isso poderia ser representado pela imagem do bunker!. É evidente que no modelo que defendo há gente que entra e que sai. Mas isso acontece como excepção a uma regra. Excepção que tem custos para o adequado funcionamento do grupo. Excepção que não pode nem deve ser erigida em norma.
Claro que o argumentário em favor de um ou outro modelo pode nunca mais acabar. Mas vale a pena tentar perceber as vantagens e limites de cada um deles.
Podemos tentar perceber qual o grau de coesão de cada modelo.
É sempre mais baixa no modelo “corredor de passagem”. A coesão faz-se a partir das memórias, da quantidade e qualidade das inter-relações. A partir do momento em que o grupo está sempre a refazer-se (porque é de norma que haja sempre gente que entra e sai) as redes internas estão sempre em fase inicial de elaboração. Isso leva a que a qualidade da comunicação profunda seja relativamente débil.

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