Que impressionante descrição
daquele que deve vir!
Aquele que nós esperamos
não será, porventura, a criança frágil,
sedenta de ternura
confiada aos bons cuidados
de Maria e de José?
É como um fogo que queima
e como uma barrela que limpa.
Mas será que devemos ter medo,
uma vez que nos preparamos
para celebrar o Natal na alegria?
De modo nenhum!
Se as coisas se passassem assim,
pobres de nós.
Que restará de nós
O essencial, depois do supérfluo ter sido queimado.
A medida exacta, depois de tudo voltar à normalidade!
Um resíduo, um minúsculo resíduo, como a pepita de ouro que fica agarrada no fundo do crivo do pesquisador.
Uma pequena gota de amor concretizada como se fosse uma pérola.
Uma pérola?
Quem foi que disse que, aquele que a encontra,
vai vender tudo para a adquirir?
O Filho de Deus não veio, porventura,
para nos adquirir,
para nos resgatar?
Então, bastará sermos,
na palma da sua mão,
essa pequena pérola,
na qual se reflecte o seu rosto.