Sonho e realidade 11: aos dez anos

Não há ninguém que não lembre, com saudades e com verdadeiros transportes de alegria, o dia da sua primeira comunhão.

Joãozinho Bosco, instruído e preparado pela sua santa mãe, viu aproximar-se aquele dia solene, como o dia mais belo da sua vida. Não era costume, então, admitirem as crianças a acto tão solene senão aos doze ou catorze anos. O pároco, embora zeloso e bom, embebido ainda nas rígidas máximas daquele tempo no que se referia ao uso dos sacramentos da confissão e comunhão, opôs-se, de princípio, a fazer uma excepção.
Margarida, porém, não querendo adiar para mais tarde o primeiro’ contacto da alma inocente e pura do seu filho com Jesus, no sacramento do amor, mandou-o frequentar a catequese da paróquia. Dotado de memória prodigiosa e prestando atenção às lições, depois de ouvir uma ou duas vezes uma resposta, fixava-a logo e repetia-a com precisão. Por isso, foi também conquistando a simpatia do seus colegas, e pôde facilmente fazer o exame no fim da quaresma e ser admitido à primeira comunhão.
Margarida, ao ter conhecimento de tão boa nova, quis preparar proximamente o seu filho. Acompanhou-o por três vezes a confessar-se e repetia-lhe o que já durante a quaresma lhe tinha dito frequentemente:
—    Olha, Joãozinho, é muito grande a graça que Deus te vai conceder. Por isso procura preparar-te bem, confessa-te devotamente e não ocultes nenhum pecado ao confessor. Confessa tudo, arrepende-te e promete ser melhorzinho daqui para o futuro.
Ele assim prometeu e assim fez.
Chegou finalmente o dia suspirado. Joãozinho, ao acordar, fez o sinal da cruz, elevou o pensamento e o coração a Deus e, enquanto se lavava e vestia o fatinho novo, o seu olhar transparente e claro parecia inundar de luz tudo o que o rodeava. O seu sorriso era de inocência e candura; a sua alma já se entretinha em místicos colóquios com Aquele que, dali a breves instantes, seria seu Hóspede divino.
Tão absorvidos iam, mãe e filho, naquele silêncio feito de mistério, que mal deram pelo caminho percorrido até chegarem à igreja. Ali, num ambiente de fé e de piedade, com a mãe ao lado, Joãozinho recebeu, pela primeira vez, o Pão dos Anjos. A graça divina iluminou-lhe a alma, e o seu coração, feito templo do Espírito Santo, abismou-se em Deus naquela união íntima que, para as almas que o conhecem e O amam, é como que o antegozo da felicidade eterna.
Daí para a frente, Joãozinho, a passos de gigante, corria velozmente a caminho da perfeição.
Antes do sol posto, do coração de Margarida desceram ao coração do filho estas memoráveis palavras:
—    Querido Joãozinho, este é para ti um grande dia. Estou persuadida de que Deus tornou posse do teu coração. Agora promete-Lhe que farás o possível para te conservares bom até ao fim da tua vida. De ora avante comunga com frequência, mas nunca faças sacrilégios. Não ocultes nada na confissão; sê sempre obediente; vai de boa vontade ao catecismo e aos actos religiosos; e, pelo amor de Deus, foge, como da peste, daqueles que têm más conversas.
S. João Bosco deixaria escrito:
— «Guardei na memória e procurei pôr em prática os avisos da minha santa mãe; parece-me que. a partir daquele dia. houve algum melhoramento na minha vida…»


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