Lectio divina: 12º Domingo Comum (ano C)

Celebramos o 12.º Domingo do Tempo comum.

Em primeiro lugar, hoje, vamos ver como a Liturgia nos apresenta um Deus de bondade e de misericórdia. Deus detesta o pecado mas ama o pecador. Em segundo lugar, Jesus, antes de perguntar o que os seus discípulos e as pessoas pensam dEle (Evangelho), faz um longo tempo de oração. Aqui está o segredo para entendermos a Palavra de Deus. Esta pressupõe um tempo de silêncio e de reflexão. Deixemo-nos galvanizar pela encenação dramática dum povo pobre e mártir, na figura do “transpassado” (1.ª Leitura), pelo cântico do amor místico (Salmo 62), pela alegria de Paulo no seu “viver com Cristo”(2.ªLeitura) e pelo caminho da cruz que Jesus nos apresenta diante da utopia das grandezas da vida (Evangelho).
Dizia-me há dias um jovem, filho duma família cristã: “desde que comecei a ler a Lectio Divina entendo e vivo melhor a Missa dominical. Sejamos apóstolos desta Palavra divina. Reencaminhemo-la para os amigos. Bom domingo. 
1. Introdução
O elemento chave deste dia é uma interrogação que nasce da oração, orientada para três categorias de pessoas: para os discípulos, para a multidão e para mim mesmo. É uma interrogação viva, interpelante, interior, decisiva, radical. No centro está a figura de Jesus que traça o caminho da cruz (1ª Leitura e Evangelho).
“Somos revestidos em Cristo pelo nosso Batismo” (2ª leitura). Lucas termina hoje a “pregação” na Galileia. No próximo domingo inicia a “subida para Jerusalém”.
2. Zacarias 12,10-11;13,1
2.1 Texto
Eis o que diz o Senhor: «Sobre a casa de David e os habitantes de Jerusalém derramarei um espírito de piedade e de súplica. Ao olhar para Mim, a quem trespassaram, lamentar-se-ão como se lamenta um filho único, chorarão como se chora o primogénito.
Naquele dia, haverá grande pranto em Jerusalém, como houve em Hadad-Rimon, na planície de Megido. Naquele dia, jorrará uma nascente para a casa de David e para os habitantes de Jerusalém, a fim de lavar o pecado e a impureza.
2.2 Vida dos profetas
Assistimos a uma encenação dramática dum povo pobre e mártir, na figura do “transpassado”, figura do Servo Sofredor (Is 52) e de Jesus na cruz (Jo 19,37). Todos, ao contemplá-Lo, hão de chorar e lamentar-se.
Nesta figura vemos todos os profetas que são vítimas da tortura e da perseguição ao longo dos tempos; nela encontramos, também, os mártires cristãos do nosso século por serem fiéis à sua fé.
3. Salmo 62 (63)
3.1. Cântico de amor místico
A beleza deste Salmo 63 abre o ofício de Laudes do primeiro domingo. É um cântico de amor místico, sobrenatural, ligado a um lirismo intenso. As imagens profundamente humanas da procura, do desejo, da sede, da alegria, da contemplação no santuário mostram um coração ardente que só quer descansar em Deus. Termina declarando toda a sua confiança em Deus: “Porque Vos tornastes o meu refúgio, exulto à sombra das vossas asas”.
4. Gálatas 3, 26-29
4.1 Texto
Irmãos: Todos vós sois filhos de Deus pela fé em Jesus Cristo, porque todos vós, que fostes batizados em Cristo, fostes revestidos de Cristo. Não há judeu nem grego, não há escravo nem livre, não há homem nem mulher; todos vós sois um só em Cristo Jesus. Mas, se pertenceis a Cristo, sois então descendência de Abraão, herdeiros segundo a promessa.
4.2 O que é ser batizado
Ser batizados em Cristo é ser “um só em Cristo Jesus”, “ser incorporados em Cristo”, “revestidos de Cristo”. Paulo exprime a alegria da sua vida ao viver em comunhão com Cristo e apresenta este facto como novidade que descarta todas as outras pertenças.
5. Lucas 9,18-24
5.1 Texto
Um dia, Jesus orava sozinho, estando com Ele apenas os discípulos. Então perguntou-lhes: «Quem dizem as multidões que Eu sou?» Eles responderam: «Uns, João Baptista; outros, que és Elias; e outros, que és um dos antigos profetas que ressuscitou». Disse-lhes Jesus: «E vós, quem dizeis que Eu sou?»
Pedro tomou a palavra e respondeu: «És o Messias de Deus». Ele, porém, proibiu-lhes severamente de o dizerem fosse a quem fosse e acrescentou: «O Filho do homem tem de sofrer muito, ser rejeitado pelos anciãos, pelos príncipes dos sacerdotes e pelos escribas; tem de ser morto e ressuscitar ao terceiro dia». Depois, dirigindo-Se a todos, disse: «Se alguém quiser vir comigo, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz todos os dias e siga-Me. Pois quem quiser salvar a sua vida, há de perdê-la; mas quem perder a sua vida por minha causa, salvá-la-á».
5.2. Identidade de Jesus
Trata-se dum relato da tradição cristã primitiva. A pergunta sobre a identidade de Jesus vem depois dum tempo de oração. Jesus, com paciente pedagogia, não quer que fiquemos na atitude de Pedro ao proclamá-Lo Messias, mas que demos um passo em frente: que O sigamos no caminho da cruz e que O aceitemos no sofrimento e na própria morte. Hoje, Jesus continua a fazer a mesma pergunta a cada um de nós.

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