Escrevo-lhes, jovens reunidos em Milão para o 28° encontro ecumênico animado pela comunidade de Taizé. Faço-o como salesiano e guiado pela simpatia e paixão que animam os filhos de Dom Bosco. Sentimo-los próximos como cidadãos de uma Europa que se esforça por chegar à unidade, sentimo-los próximos como educadores, chamados a trabalhar para que os jovens vençam os desafios que a história e a sociedade atual lhes lançam a cada um. É o nosso intento levar os jovens a serem honestos cidadãos e bons cristãos, segundo a programática expressão de Dom Bosco. Sei que estão trabalhando sobre uma carta inacabada do fundador da comunidade, do inesquecível frère Roger. Queria recordar-lhes que todos somos uma carta inacabada, chamados por Deus a completar a redação vital no tempo que nos é concedido viver. Aquilo que frère Roger deixou inacabado, escreva-o pois cada qual com a própria vida de todos os dias, no lugar aonde é chamado a trabalhar. E é com uma certa emoção que lhes participo sobre quanto o mundo salesiano é convocado a refletir e que me parece estar em sintonia com aquilo que os jovens são chamados a viver nestes dias. Nós salesianos refletiremos sobre a família, célula da sociedade, dando especial atenção à família, berço da vida e do amor, e lugar primeiro de humanização. É o texto da Estréia que estou para entregar aos vários grupos que formam a Família Salesiana. Vocês refletem sobre a Família das famílias, a família humana, para que se torne o lugar da civilização do amor, segundo as palavras de Paulo VI. Faço votos para que sejam portadores qualificados desta mensagem de humanização à nossa sociedade. Auguro, além disso, ao frère Alois, sucessor do fundador da comunidade de Taizé, continue o caminho traçado de ser ainda e sempre ponto de referência para tantos jovens de diferentes etnias, cultura e religião, para que saibam achar a unidade no nome do único Deus, para uma renovada humanidade.