Algumas vezes, também o amor (e as amizades) que partem
com a garantia máxima, que parecem destinadas a durar eternamente, «encravam», entram em crise e, frequentemente, esgotam-se, deixando amargura e sofrimento.
SUFOCADOS
Oprimidos ou… presos por qualquer outro pensamento: um belo dia. o acto de estardes juntos, que até à semana anterior era uma reserva e uma recarga de energia e de encantamento, transforma-se.
«O amar não possui e não quer que o possuam, porque ao amor, basta só o amor»
Gibran
A ligação torna-se uma cadeia; o encontro, uma obrigação telefonema, uma coação. Já não sois ambos a percorrer uma parte do caminho, mas dois que dificilmente se suportam.
Dois que, realmente, se amam, mas com muita dificuldade!
MOTIVOS?
Quantos quereis? Dos mais estúpidos e ridículos aos mais sérios. Quando o amor fica demasiado coarctado, pode acontecer que:
1. Ela pretenda demasiadas atenções e ele não esteja disposto a andar só à volta dela. Também há os amigos, o desporto e muitos outros interesses que o atraem. Em suma: já não lhe bastam dois corações e uma cabana. Ele precisa também de outros espaços!
2. Ela deseja que sejam um casal «como os adultos», enquanto ele só sabe oferecer-lhe atenções «de jovem». E, depois, é tudo uma ciumeira pegada, um «Só sais comigo», «Só te vestes como eu disser»,«Não podes olhar para as outras raparigas». Deste modo, o casal torna-se uma pequena prisão, de que se quer fugir o mais depressa possível.
3. Ele e ela estão bem dispostos e bem intencionados para crescer pouco a pouco no verdadeiro amor; mas, embora experimentando e tentando tudo, não conseguem fazer coincidir as exigências comuns. Gostam um do outro, mas não parecem pretender pôr em discussão as liberdades de cada um. E não conseguem avançar. Não são capazes caminhar de mãos dadas, porque… dar, nem que seja apenas uma mão, significa dar tudo, estar dispostos a por-se em jogo, a dar um pontapé no egoísmo.
UBERDADE A TODO O CUSTO
Abaixo todas as cadeias! – pensam alguns.
O amor deve ser livre! Mas livre não significa irresponsável ou imaturo. Significa límpido, simples e aberto. Se o casal estiver coarctado; se quando estais juntos não vos sentis à vossa vontade, não vos sentis aceites, quer dizer que alguma coisa não vai bem. Quer dizer que, talvez, ainda não tenha chegado a hora de uma relação com um «R» grande que seja comprometedora e séria. E, se for realmente assim, não vades imediatamente consultar um especialista para ver se alguma rodinha não funciona bem. O amor adolescente, o sentimento que vos aquece o coração, tem de ser construído lentamente. E para ser tomado em pequenas doses, proporcionadas às vossas necessidades, à vossa disposição e à vossa sensibilidade.
ALGUNS CONSELHOS
Quereis mandar àquela parte o vosso parceiro por que já não o aguentais e vos sentis tão oprimidos que até a respiração vos sai ofegante? Antes de lhe enviardes uma bonita carta de adeus («Já não te amo. Adeus!»), Antes de atirades com tudo às urtigas experimentai seguir estes conselhos:
a. Verifica se, dentro de ti, estás mesmo coarctado, se a ligação que te une ao/à outro/a te impede verdadeiramente de seres tu próprio/a, de te abrires aos outros e de viveres em plenitude a tua vida de adolescente.
b. Se as coisas forem realmente assim, tenta falar nisso com o/a teu/tua parceiro/a para encontrardes a melhor solução para ambos.
c. Se não conseguirdes encontrar uma solução e não previrdes que as coisas melhorem, pois até tendes a impressão de que poderão piorar, então mudai de rumo. É mais honesto e menos arriscado. Saudai-vos como bons amigos e não tenhais pressa de viver uma experiência reservada para mais tarde, para quando estiverdes preparados para o amor.
d. Não vos façais de vítimas. Inseri-vos numgrupo, frequentai companhias interessantes, praticaium desporto, interessai-vos por actividades para adolescentes organizadas na vossa escola, paróquia ou associação. Escolhei alguma coisa que vos faça bem e… vivei plenamente: dentro de vós há uma águia pronta para voar muito alto em pleno céu e não para estar presa numa gaiola.