Para exemplificar a forma como Dan Brown fundamenta as suas teses , Pinto de Magalhães criou aquilo que designou de Código dAvintes.
SEBASTIANISMO
Para reforçar o carácter ficcional da obra de Brown, o teólogo lembrou então que perto de Fátima existe o Mosteiro da Batalha, símbolo das lutas entre Portugal e Espanha e onde se incluem as capelas imperfeitas.
A interpretação que o teólogo dá às capelas imperfeitas gira à volta de uma rocambolesca história de sucessão do trono português, em que Espanha se serviu do Papa para pressionar o regente [o Cardeal D. Henrique], a abdicar do trono, porque poderia ser divulgada a sua homossexualidade e a relação que mantinha com Filipe II de Espanha, montando uma cilada ao príncipe herdeiro, D. Sebastião.
Entretanto, o Príncipe tinha engravidado duas damas da Corte e, por isso, o Cardeal D. Henrique forjou uma insurreição de Mouros, em Alcácer do Sal [por vezes diz-se Quibir, que é o criptograma de q.b., sal q.b.].
Diz-se que os amigos de D. Henrique [os Jesuítas], sepultaram D. Sebastião nas Capelas Imperfeitas, o que deu origem ao Sebastianismo, disse. Tudo isto, prosseguiu, descobriu-se graças aos documentos dAvintes.
Os Jesuítas tinham lá uma casa onde foram encontradas 11 broas, que terão sido feitas por St.ª Marta, que serviu à mesa na Última Ceia e as trouxe para a Península Ibérica quando para cá fugiu. Uma delas [a segunda], segundo o investigador americano D. Broa, terá sido feita com as migalhas que rapou da mesa de Cristo.
Segundo Pinto de Magalhães, esta rábula foi construída da mesma forma com que Brown constrói as suas verdades.