Jesus, modelo de maturidade

O catequista é um adulto. Mas quando falamos em ser adulto, não queremos restringir-nos exclusivamente à idade, embora seja importante. A presença dos jovens no grupo de catequistas também é fundamental. Referimo-nos sobretudo a uma maturidade humana, a uma maneira de ser, a umas qualidades que não estão necessariamente vinculadas ao adulto física e biologicamente. Trata-se de que, como catequistas, devemos ir construindo uma personalidade integrada por uns valores e atitudes que nos fazem ser “pessoas com maturidade”.

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O próprio Jesus é para os catequistas modelo desse caminho da maturidade, pois “ia crescendo em sabedoria, em, estatura e em graça diante de Deus e dos homens” (Lc 2,52). Jesus revela-se como um homem:

Sujeito a todas as condições humanas: sente fome, come, tem sede, cansa-se, dorme, suspira, chora, morre…

Fiel às suas raízes: é um homem do povo. Apresenta-se inserido num mundo pobre e mantém toda a sua vida num contexto sociológico popular. Apresenta-se com simplicidade, sem presunção.

– De carácter equilibrado: é exigente e radical, enérgico e provocativo. Mas, ao mesmo tempo, é próximo e carinhosos, atento, compreensivo e acolhedor.

– Vive de forma nova e radical uns VALORES que são os que configuram a sua personalidade:

Autenticidade: a sua conduta é aberta e clara. Não há qualquer duplicidade, pois diz sempre o que pensa sem medo de ninguém. Diz sempre a verdade, sem acepção de pessoas.

Justiça: apresenta-se como um homem justo e defensor da justiça. Coloca a pessoa acima das leis e bens. Condena a opressão, o abuso do poder e a discriminação social.

Liberdade: Não se sente preso por nada nem por ninguém. É livre ante a lei, os cultos, os ritos vazios, a família, os ricos e os poderosos, as críticas e os preconceitos. Respeita a liberdade sem impor nem oprimir as consciências.

Solidariedade: Participa das realidades humanas das pessoas. Preocupa-se com a situação das pessoas, empenha-se em ajuda-las, sem distinção de bons, maus, de raça ou nação.

Eis a forma de ser e actuar de Jesus que nos permite qualifica-lo como uma pessoa de grande maturidade. Por isso foi um homem que chamou a atenção das pessoas.

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Os catequistas devem tentar adquirir, pouco a pouco, a mesma maturidade humana. Os catequistas são, queiram ou não, um constante “modelo de referência”. Quanto mais rica e profunda for a sua vida, os valores que vive, as suas atitudes e opções pessoais, tanto mais estarão a ser para os catequizandos um contínuo chamamento a um novo estilo de vida, mais contribuirão para que a sua personalidade se vá desenvolvendo pela assimilação de valores autênticos.

Um catequista deve tentar ser uma pessoa simples, de carácter e com personalidade, autêntica e aberta aos outros, próxima e dialogante, livre e equilibrada, capaz de compreender e de perdoar, sincera e corente, enérgica a e adaptável, digna de confiança, optimista e cheia de esperança, responsável, equilibrada nos seus sentimentos e afectos, com uma grande segurança interior, etc.
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Talvez tudo isso possa parecer demasiado, mas a própria tarefa de ser catequista irá ajudando a alcançar esta maturidade humana.

Texto adaptado e retirado do livro “Partilhar a Fé – espiritualidade e identidade do catequista” (Otero, Luis; Brulles, Joan)

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