Editorial da revista Catequistas de Março 2008
Às vezes vale a pena deixar de pensar o imediato. E fazer
uma lista do que é mesmo necessário para construir um futuro diferente. Também
na catequese.
Com catecismos a sair este ano (edições novas mas sem grande
inovação) parece que ficou tudo resolvido. Falso!
É urgente pensar o que nos faz falta a sério.
Deixo aqui as minhas sugestões.
Um “contrato” claro. Paróquia, pais, catequizandos,
catequistas têm de clarificar para que serve a catequese, quais são as “regras
do jogo”, para onde se quer caminhar. Para acabar de vez com as mentiras e as
confusões.
Indicadores claros. A catequese está ao serviço da
iniciação cristã. A catequese forma um cristão adulto, que vive todas as
competências do discípulo de Jesus. Essa é a meta para onde apontamos. Mas
faltam-nos indicadores para o meio do caminho. O que se espera de um
catequizando aos 10 anos? E aos 16 anos? Só se tivermos indicadores para o
“meio do caminho” é que podermos saber se estamos a caminhar vem.
Libertar-nos da escola. A catequese continua muito
influenciada pelo ritmo e pela lógica da escola. E fica a perder com isso.
Porque é que a catequese segue o calendário da escola? Porque é que não
procuramos a sério outros tempos? Quando é que deixaremos de pensar a catequese
aprendizagem de conceitos soltos para fazer dela uma verdadeira iniciação
integral à comunidade e ao seguimento entusiasmado de Jesus?
Materiais de qualidade. Os “novos catecismos”
deixam-nos um “sabor a pouco”. Está claro que não são “catecismos” mas apenas
materiais catequéticos; e também está claro que não são “novos”. É urgente ter
acesso a materiais verdadeiramente em sintonia com uma catequese de iniciação
cristã. E com a sensibilidade cultural das crianças, jovens e adultos de hoje.