Conduzido pelo Espírito, o mesmo que agiu sobre Ele no Baptismo, entra no deserto a fim de ser tentado pelo Diabo.
A narração é rica de particulares, viva nos seus diálogos que sublinham o combate com o Diabo, aquele que divide, que induz a separar, a não consentir a adesão e realização do Projecto de Deus.
O autor não escreve uma crónica de acontecimentos, mas serve-se de imagens para descrever a experiência real do Filho de Deus, do homem Jesus que, em total solidão, toma consciência do seu mistério de Filho, da sua missão confiada pelo Pai e da liberdade de escolher e decidir, como homem, o seu futuro.
Apresenta-se Cristo na verdade do seu ser homem e o drama da liberdade de escolha, que sempre nos acompanha, nos desafia sempre presente na existência humana e que o Filho de Deus enfrentou até ao fim, mantendo-se fiel à vontade do Pai.