Lectio divina: 24º Domingo Comum (ano C)

A Liturgia da Palavra deste Domingo é um hino ao amor e à misericórdia de Deus.

É uma descrição profunda da lógica do amor de Deus pelas suas criaturas.
O arrependimento aparece-nos sob duas facetas: a de Deus que se arrepende de embelezar o homem com Seus dons e não ser correspondido (Primeira leitura). E a do homem que se arrepende pelo seu pecado, pelo mal feito (Salmo 51 e Evangelho). A resposta de Deus é só uma: dando mais amor. Jesus abandona os escribas e fariseus e dirige-se aos publicanos e pecadores.
Aceitar o perdão de Deus é um dos maiores desafios da vida espiritual (Henri Nouwen). Um bom Domingo. Façamos nossa a oração de Santo Ambrósio: “Vem, então, Senhor, procurar a tua ovelha, não por meio de criados, nem de mercená¬rios; vem tu próprio. Leva-me sobre a cruz, salutar para os errantes, repousante para os fatigados, vivificadora para os moribundos. Vem, e haverá salvação na terra e alegria no céu”.
1. Introdução
A Liturgia da Palavra deste Domingo é um hino ao amor e à misericórdia de Deus. É uma descrição profunda da lógica do amor de Deus pelas suas criaturas: um amor gratuito e misericordioso. Atinge o profundo do ser humano. Se nos afastamos, Ele procura-nos. Se estamos feridos, ele cura-nos. Se desanimamos, Ele dá-nos coragem. O Seu amor e misericórdia saem sempre vencedores.
A primeira leitura diz-nos que o pecado e a aliança são incompatíveis, mas Deus arrepende-se e torna-se, outra vez, amigo do homem. Na segunda leitura S. Paulo dá-nos o testemunho desse amor. O Evangelho mostra-nos o ‘Deus misericórdia’ através das três parábolas (Lc15).
2. Êxodo 32, 7-11.13-14
2.1 Texto
Naqueles dias, o Senhor falou a Moisés, dizendo: «Desce depressa, porque o teu povo, que tiraste da terra do Egipto, corrompeu-se. Não tardaram em desviar-se do caminho que lhes tracei. Fizeram um bezerro de metal fundido, prostraram-se diante dele, ofereceram-lhe sacrifícios e disseram: ‘Este é o teu Deus, Israel, que te fez sair da terra do Egipto’». O Senhor disse ainda a Moisés: «Tenho observado este povo: é um povo de dura cerviz. Agora deixa que a minha indignação se inflame contra eles e os destrua. De ti farei uma grande nação». Então Moisés procurou aplacar o Senhor seu Deus, dizendo: (…) «Lembrai-Vos dos vossos servos Abraão, Isaac e Israel, a quem jurastes pelo vosso nome, dizendo: ‘Farei a vossa descendência tão numerosa como as estrelas do céu e dar-lhe-ei para sempre em herança toda a terra que vos prometi’». (…)
2.2 Pedido de Moisés
Moisés, chefe carismático, intercede pelo povo, apoiado na história de Israel, e Deus escuta-o. A infidelidade à Aliança transforma-se no pacto de amor.
3. Salmo 116 (117)
3.1 Salmo 51
É a oração penitencial por excelência; exprime os sentimentos do pecador que invoca humildemente a misericórdia divina e experimenta os efeitos benéficos do perdão. Mas o protagonista do salmo não é o pecador, mas sim o Senhor, grande no amor e infinitamente misericordioso (v. 3), que «lava» toda a iniquidade (v. 4), «cria» um coração puro (v. 12) e concede a alegria da salvação (G. Cesarin).
4. 1 Timóteo 1, 12-17
4.1 Texto
Caríssimo: Dou graças Àquele que me deu força, Jesus Cristo, Nosso Senhor, que me julgou digno de confiança e me chamou ao seu serviço, a mim que tinha sido blasfemo, perseguidor e violento. Mas alcancei misericórdia, porque agi por ignorância, quando ainda era descrente. A graça de Nosso Senhor superabundou em mim, com a fé e a caridade que temos em Cristo Jesus. É digna de fé esta palavra e merecedora de toda a aceitação: Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores e eu sou o primeiro deles. Mas alcancei misericórdia, para que, em mim primeiramente, Jesus Cristo manifestasse toda a sua magnanimidade, como exemplo para os que hão de acreditar n’Ele, para a vida eterna. Ao Rei dos séculos, Deus imortal, invisível e único, honra e glória pelos séculos dos séculos. Ámen.
4.2 Testemunho de amor
O primeiro dado que nos chama a atenção é o facto de Paulo acenar ao seu passado como homem frágil que passou de perseguidor a seguidor de Cristo. Ao sentir-se chamado, Paulo testemunha o amor, a misericórdia que Deus exerceu sobre ele. Paulo não se importa de se rebaixar. O que pretende é a glória do Senhor. O final das suas palavras é exuberante: “Ao Rei dos séculos…”
5. Lucas 15, 1-10
5.1 Texto
Naquele tempo, os publicanos e os pecadores aproximavam-se todos de Jesus, para O ouvirem. Mas os fariseus e os escribas murmuravam entre si, dizendo: «Este homem acolhe os pecadores e come com eles». Jesus disse-lhes então a seguinte parábola: «Quem de vós, que possua cem ovelhas e tenha perdido uma delas, não deixa as outras noventa e nove no deserto, para ir à procura da que anda perdida, até a encontrar? Quando a encontra, põe-na alegremente aos ombros e, ao chegar a casa, chama os amigos e vizinhos e diz-lhes: ‘Alegrai-vos comigo, porque encontrei a minha ovelha perdida’. Eu vos digo: Assim haverá mais alegria no Céu por um só pecador que se arrependa, do que por noventa e nove justos, que não precisam de arrependimento. Ou então, qual é a mulher que, possuindo dez dracmas e tendo perdido uma, não acende uma lâmpada, varre a casa e procura cuidadosamente a moeda até a encontrar? Quando a encontra, chama as amigas e vizinhas e diz-lhes: ‘Alegrai-vos comigo, porque encontrei a dracma perdida’. Eu vos digo: Assim haverá alegria entre os Anjos de Deus por um só pecador que se arrependa».
5.2. Finalidade das parábolas da misericórdia
Acolher os publicanos e pecadores, e rejeitar a atitude dos fariseus e escribas. Deus aparece-nos deslumbrante diante de nós. Nunca O imaginávamos assim. Não procura soluções: Ele é sentido único: misericórdia. A parábola do filho pródigo é um best-seller da literatura mundial.

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