Cartas de amor?

Pungentes, apaixonadas, meigas, doces, simples, divertidas. As cartas de amor são assim, precisamente como as quereis, vós que as escreveis, esperando que Cupido abra uma fenda no coração do/a amado/a e, finalmente, vos permita coroar o vosso sonho de felicidade.

Mas sede sinceros: acreditais realmente nas cartas de amor? Ou as vossas declarações chegam via Internet e por fax? Acreditais nelas? Tendes razão e fazeis muito bem. Uma carta de amor espevita-vos a alma, muito mais que nenhum presente, que nenhuma atenção, que nenhum pôr-do-sol romanticíssimo poderiam alguma vez conseguir. E. denois. o melhor verá. Em compensação, a carta conterá para sempre, de modo visível, o vosso sentimento que lhe confiastes. E mais ainda que isto!…

A CORAGEM

A grande vantagem das cartas de amor é que todos as podem escrever. Desde que não sejam analfabetos. Pensais que é uma banalidade? Podeis crer que não! Porque também o mais tímido dos tímidos pode encontrar coragem para escrever uma. E até mesmo – pasmai! – coragem
para fazê-la chegar ao destinatário! Milagre do amor! Depois, talvez o Senhor Tímido viva na angústia de saber que efeito provocou a sua desinibição literária: «Terá pensado que sou um louco… Teria sido melhor não lha ter escrito. Leu-a às suas amigas. Talvez se tenham rido de
mim! E, se na “passagem” alguém a abriu?». Dúvidas penosas, mas secundárias relativamente à importância do gesto efectuado.
Quem escreveu uma carta de amor conseguiu, bem ou mal, dar o primeiro passo, desbloqueando-se. Graças à carta, revelou os seus sentimentos, aqueles mesmos que, antes de se mostrarem, se fazem muito rogados. Ficai sabendo, – tímidos de todo o mundo, que o papel
e a caneta serão sempre vossos aliados no amor!

LONGA OU CURTA?

Decidi por vós. Não há dúvida de que o bilhetinho com «Um beijo» ou «Amo-te» é muito eficaz! Mas talvez seja demasiado conciso. Contudo,
serve muito bem de amostra, de aperitivo. Podeis seguramente fazer melhor!
Quando pegais numa pena (o máximo do romântico!) ou no rato do computador (versão informática) para escrever uma carta de amor, tende sempre presente que o/a amado/a deverá compreender quem sois realmente, deverá ter elementos para decidir se poderá confiar-se a vós, abrir-vos o seu coração ou mandar-vos àquela parte; se poderá começar convosco uma história importante ou devolver-vos ao vosso lugar,
isto é, colocar-vos na categoria dos amigos e nada mais. Uma carta deve falar claro de vós e não deixeis de lado nenhum ponto importante.
Oferecei ao outro o que realmente sois. Irá ficar impressionado!

PERFUMADA?

Bem, na verdade receber uma carta perfumada é muito… comprometedor! Contudo, é original! Um conselho: evitai expedir a carta pelo Correio, mas entregai-a em mão. Escolhei um perfume delicado, pouco agressivo, que agrade ao outro e que, sobretudo, transmita calor e afecto; que abra uma brechazinha no coração.
A carta que suportará o peso das vossos declarações deve respeitar a vossas personalidade.Sois «metaleiros»? Pois então, força com uma
carta com tachas e protectores de ferro!
Sois românticos! Uma carta com coraçõezinhos falará por vós. Diz-se que os olhos querem a sua parte. Procurai, pois, esforçar-vos por escrever
uma letrinha agradável, com todas as volutas e as palavras no lugar certo.

PALAVRAS, PALAVRINHAS

E PALAVRÕES

A carta de amor não é uma redacção ou um exercício de composição. Não é preciso que seja uma obra-prima literária. Todavia, deve ser espontânea, sincera e simples. Nada de palavrões nem de afectações. O/a outro/a não se interessa nada por estes «acessórios». Até poderiam
tornar-vos ridículos. Ide directos à substância, não vos fiqueis pelas aparências. Deitai fora as máscaras. O outro ficaria muito desiludido, se
viesse a descobrir que não havia nada naquela folha perfumada e bem caligrafada.Ah! Ainda mais uma coisa! Quem escreve uma carta de amor entrega à carta uma boa parte de si para dá-la ao outro. Antes de escrever e de vos comprometerdes a sério, antes de partirdes
para o paraíso, assegurai-vos de que o vosso destinatário é realmente OK. Pois, se assim não fosse, o outro poderia não compreender e não
apreciar uma carta que, para vós, representa o coração.
E boa sorte a todos!

VIDEOCONSELHO

Há um filme de Jean Paul Rappeneau, em
que as verdadeiras protagonistas são as
cartas de amor: «Cyrano de Bergerac», com
Gérard Depardieu, Muitíssimo romântico!

 

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