Lectio divina: 25º Domingo Comum (ano C)

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A Liturgia da Palavra deste Domingo oferece-nos uma profunda reflexão sobre o valor que damos ao dinheiro.

Jesus dá-se conta de que, associado ao poder, o dinheiro é engodo. Ilude o homem e pode levá-lo a uma vida fictícia: com o dinheiro domina-se tudo. Por isso Jesus quer libertá-lo das dependências que vai criando á sua volta.
É, sobretudo, na leitura do profeta Amós e no Evangelho que a Palavra de Deus nos coloca o problema ao rubro. O primeiro com a opressão e a exploração dos pobres. O Evangelho com uma lição magistral sobre a forma de administrar os bens. Muitos dos nossos fiéis ficam baralha­dos ao lerem a parábola do administrador infiel (Lc16). No entanto é a “esperteza” que está em causa não a “desonestidade”. S. João da Cruz, no Subida ao Carmelo, chama a Jesus “de amigo, companheiro e redentor”. Eis uma opção para usarmos bem os nossos bens. Bom Domingo.
1. Introdução
A Liturgia da Palavra deste Domingo oferece-nos uma profunda reflexão sobre o valor que damos ao dinheiro e a todos os bens materiais que possuímos. Sabemos como podem ser fonte de bondade, de amor, de beleza interior ou, pelo contrário, de escravatura humilhante. Amós aponta esses perigos diante duma situação concreta opressora (1.ª leitura). Paulo estende a universalidade da celebração comunitária (2.ª leitura). O Evangelho, depois das três parábolas da misericórdia do domingo passado, apresenta uma parábola que nos diz como devemos administrar os bens materiais.
2. Amós 8, 4-7
2.1 Texto
Escutai bem, vós que espezinhais o pobre e quereis eliminar os humildes da terra. Vós dizeis: «Quando passará a lua nova, para podermos vender o nosso grão? Quando chegará o fim de sábado, para podermos abrir os celeiros de trigo? Faremos a medida mais pequena, aumentaremos o preço, arranjaremos balanças falsas. Compraremos os necessitados por dinheiro e os indigentes por um par de sandálias. Venderemos até as cascas do nosso trigo». Mas o Senhor jurou pela glória de Jacob: «Nunca esquecerei nenhuma das suas obras».
2.2. A atualidade do mundo de Amós
Os problemas de Amós são os problemas de hoje. Esta leitura é realista na sua descrição de obsessão pela corrupção e o lucro fácil, na avidez do ter, na exploração das falsas regras de comércio. Deus promete vingar os oprimidos. Não deixará passar a exploração e a injustiça.
3. Salmo 112 (113), 1-2.4-6.7-8 (R. cf. 1a.7b)
3.1. Deus cuida dos seus pobres
Destina-lhes um lugar de honra. Esta é a história de Deus na humanidade. “Levanta do pó o indigente e tira o pobre da miséria, para o fazer sentar com os grandes, com os grandes do seu povo”.
4. 1 Timóteo 2, 1-8
4.1 Texto
Caríssimo: Recomendo, antes de tudo, que se façam preces, orações, súplicas e ações de graças por todos os homens, pelos reis e por todas as autoridades, para que possamos levar uma vida tranquila e pacífica, com toda a piedade e dignidade. Isto é bom e agradável aos olhos de Deus, nosso Salvador; Ele quer que todos os homens se salvem e cheguem ao conhecimento da verdade. Há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens, o homem Jesus Cristo, que Se entregou à morte pela redenção de todos. Tal é o testemunho que foi dado a seu tempo e do qual fui constituído arauto e apóstolo – digo a verdade, não minto – mestre dos gentios na fé e na verdade. Quero, portanto, que os homens rezem em toda a parte, erguendo para o Céu as mãos santas, sem ira nem contenda.
4. 2 Oração por todos os homens
Esta leitura é a razão de ser da “oração universal” que fazemos na Eucaristia dominical. Recomenda a oração por todos os homens e, em especial, por aqueles que estão constituídos em autoridade.
5. Lucas 16, 10-13
5.1 Texto
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Um homem rico tinha um administrador, que foi denunciado por andar a desperdiçar os seus bens. Mandou chamá-lo e disse-lhe: ‘Que é isto que ouço dizer de ti? Presta contas da tua administração, porque já não podes continuar a administrar’. O administrador disse consigo: ‘Que hei de fazer, agora que o meu senhor me vai tirar a administração? Para cavar não tenho força, de mendigar tenho vergonha. Já sei o que hei de fazer, para que, ao ser despedido da administração, alguém me receba em sua casa’. Mandou chamar um por um os devedores do seu senhor e disse ao primeiro: ‘Quanto deves ao meu senhor?’. ‘Cem talhas de azeite’. ‘Toma a tua conta: senta-te depressa e escreve cinquenta’. ‘E tu quanto deves?’. ‘Cem medidas de trigo’. ‘Toma a tua conta e escreve oitenta’. E o senhor elogiou o administrador desonesto, por ter procedido com esperteza. De facto,os filhos deste mundo são mais espertos do que os filhos da luz, no trato com os seus semelhantes. Ora Eu digo-vos: Arranjai amigos com o vil dinheiro, para que, quando este vier a faltar, eles vos recebam nas moradas eternas. Quem é fiel nas coisas pequenas também é fiel nas grandes; e quem é injusto nas coisas pequenas também é injusto nas grandes. Se não fostes fiéis no que se refere ao vil dinheiro, quem vos confiará o verdadeiro bem? E se não fostes fiéis no bem alheio, quem vos entregará o que é vosso? Nenhum servo pode servir a dois senhores, porque, ou não gosta de um deles e estima o outro, ou se dedica a um e despreza o outro. Não podeis servir a Deus e ao dinheiro».
5.2. Os bens exigem partilha
Muitos dos nossos fiéis leigos ficam baralhados ao lerem esta parábola. No entanto é a “esperteza” que está em causa não a “desonestidade”. “É ridícula a avareza porque o dinheiro pede para ser distribuído. É estúpido armazenar o grão que está feito para ser pão. A vida é para gerar, renascer, germinar. Toda a criação é feita de dons para serem partilhados. Se os acumularmos roubamos-lhes a beleza, a bondade e a verdade. Façamos, então, florir com o vil dinheiro a fraternidade! Sim, porque é feliz quem tem mais amigos e não quem tem mais dinheiro. Antes do trigo e do azeite, antes do cheque e dos bens, está o amigo que salva” (Sementes de Evangelho). A parábola põe ao rubro o grande obstáculo que pode ser o dinheiro na fidelidade evangélica a Deus e aos irmãos.

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