Música para a catequese: A entrevista

Já saiu há tempos Música para a catequese 8.
Nos próximos dias sairão Música para a catequese 7 e Música para a catequese 10.
Começamos hoje a apresentar uma entrevista com os responsaveis do projecto, o Pe. Rui Alberto e a Dra Claudine Pinheiro.
A entrevista vai-nos ajudar a perceber as opções, as dificuldades, as potencialidades destes projectos.

P: O que são estes discos Música para a catequese?

R: São 3 discos diferentes. Com cerca de 30 canções cada um (discos
duplos). Com música cristã seleccionada para apoiar a catequese.

P: Como apareceu este projecto?

R: No projecto dos novos catecismos, o SNEC pediu às Edições Salesianas
que desenvolvesse uma série de materiais de apoio aos catecismos. Foi o que
fizemos há um ano para o catecismo O desafio de viver (9º ano). Fizemos
o dossier com os cartazes e o CD de apoio. Este ano, estava prevista a saíde
dos catecismos para o 1º, 7º, 8º e 10º anos. O trabalho de selecção dos
cantos em diálogo com as equipas que preparavam os catecismos estava bastante
adiantado. Depois da Páscoa ficou claro que os novos catecismos estavam algo
atrasados. E nós decidimos adiar também o projecto dos cds. Mas muitos
catequistas manifestaram-nos a sua insatisfação com a situação e 
fizeram-nos sentir as tremendas dificuldades que têm em fazer catequese com os
materiais que há hoje disponíveis… bastante desadequados dos catequizandos
que temos. Por isso desenvolvemos um projecto alternativo. Como os objectivos e
o esquema global dos antigos catecismos da adolescência e dos novos se mantêm
(mudarão em profundidade as metodologias, as propostas pedagógicas e o visual,
segundo se diz) pensámos em manter a ideia de fazer uma compilação de
canções que ajudasse os catequistas da adolescência a fazer uma catequese
mais eficaz, mais atraente, mais fiel, quer à mensagem, quer aos
destinatários.

P: Como foi feita a escolha das canções?

R: Estudámos em profundidade os guias dos catecismos que ainda estão em
vigor. Lemo-los muito a partir do documento Para que tenham vida, sobre a
catequese (o documento que há cerca de um ano os nossos bispos propuseram sobre
a catequese). Apoiámo-nos muito no feedback positivo que houve relativamente ao
CD O desafio de viver (9º ano). 

Fomos procurar canções que pudessem ser úteis para o desenvolvimento das
catequeses.

P: E qual foi o critério de escolha das canções?

R: Em primeiro lugar olhámos à letra. procurámos letras ricas de
conteúdos. E com conteúdos adequados aos objectivos das catequeses e
significativas para as idades e as vivências culturais dos catequizandos
adolescentes. Depois procurámos canções com melodias e arranjos que pudessem
ser do agrado dos catequizandos.

P: Foi fácil esse processo?

R: Não, longe disso. Houve muitas dificuldades. A maior é que há pouca
música cristã em Portugal.

P: Desculpe interromper… mas recentemente têm, saído bastantes CDs…
têm aparecido muitos cancioneiros…

R: É verdade mas mesmo assim há pouca música cristã de qualidade. Sendo
honestos não têm sido assim tantas as novidades. E muito do que aparece sofre
de problemas sérios (ao mesmo na nossa perspectiva): debilidades das letras,
desadequação musical… E depois, tentando ser lúcidos, há outros
desequilíbrios. Por exemplo, na área da música de oração há muita coisa. E
boa. Mas há amplas dimensões da fé que não têm música.

P: E como resolveram esse problema?

R: Alargámos a nossa pesquisa. Fomos procurar coisas inéditas em Portugal.
Ou de amigos nossos lá de fora (Espanha, Itália) ou jovens autores e
compositores que têm feito coisas interessantes mas que ainda não foram
publicadas.

P: E conseguiram atingir os vossos objectivos?

R: Mais ou menos. Vamos lá ser optimistas. Numa escala de 1 a 5… eu diria
que 4. Penso que com o que há em Portugal conseguimos fazer uma selecção de
cantos bastante razoável. Mas não estamos completamente satisfeitos.

P: E quais são as fontes dominantes destes trabalhos? Quais os autores
mais representados?

R: Assim de repente, não sei. Teríamos de contar. Os nomes dos autores não
foram um critério a seguir. Olhámos, acima de tudo, para a adequação das
canções aos objectivos da pastoral catquética. É verdade que tentámos puxar
pelo máximo de traballhos e autores; temos a consciência que o facto de uma
música do CD x aparecer nestas compilações pode ser uma motivação para o
catequista ou o catequizando ir procurar saber mais ou ir ouvir outras coisas. E
isso actua como estímulo à divulgação da música cristã entre nós.

P: Já estive a ouvir algumas das canções e deu-me a sensação que
algumas delas dificilmente serão cantáveis numa missa. Isso não é um
problema?

R: Claro que não. Acho que as pessoas já vão percebendo que as músicas
que se cantam na celebração da eucaristia obedecem a uns critérios muito
específicos. Isto não é uma compilação de cantos litúrgicos. São
canções recolhidas para a catequese. São instrumentos e documentos para
fazermos uma melhor catequese.

P: Antecipando a reacção do público… parece-vos que as canções
serão do agrado do público?

R: Essa pergunta é traiçoeira… Este tipo de discos tem vários públicos.
Uns são os gostos dos catequistas, outros os gostos dos catequizandos. E outros
ainda, os gostos dos responsáveis de catequese!

Sem querer fugir à pergunta… parece-nos que sim. Mas recordo que estes
discos não são um produto de consumo. Tal como se consomem livros, roupas e
comidas, também há quem, na mesma lógica de compra, usa e deita fora,
consuma produtos religiosos. Estes discos foram, em primeiro lugar, pensados e
feitos para serem usados na catequese. É evidente que tentamos que o resultado
final seja agradável. É bem possível que aconteça com estes três discos o
mesmo que se passou com o disco O desafio de viver: muita gente que não
tem nada a ver com a catequese ouve-o em casa ou no carro, quando está em
viagem ou vai para o trabalho. Simplesmente, dizem-nos, porque lhes agrada o som
e sentem prazer com as mensagens de sabor evangélico que o disco tem. Se isso
acontecer também com estes três novos discos… tanto melhor.

P: Mudando um pouco de assunto… como foram feitos estes discos?

R: Depois de fazermos a selecção das canções procurámos encontrar
versões bem gravadas em português. Nos casos em que isso aconteceu entrámos
em contacto com os autores ou os editores, e pedimos-lhe autorização para
incluir essas versões nestas compilações.

P: Houve aí dificuldades.

R: Não. Regra geral toda a gente foi muito colaborante.

P: E em relação às outras canções?

R: Havia outras canções que, ou numa tinham sido gravadas ou não tinham
gravações por aí além. A essas resolvemos fazer versões novas.

Contactámos alguns músicos amigos, explicámos o que precisávamos.

Para as vozes procurámos encontrar gente de fé, disponível e generosa para
dar o seu talento e criatividade.

P: Quantas pessoas estiveram envolvidas?

R: Em termos de vozes… foram mais de vinte.

P: De onde?

R: A maioria de perto do Porto (já que é aqui que temos o estúdio). Mas
alguns amigos de mais longe

 

 

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